
Marina Macêdo
marina.macedo@jornaldebrasilia.com.br
Após arrancar lágrimas e suspiros com o filme Titanic, sob direção de James Cameron e estrelado por Leonardo DiCaprio e Kate Winslet, a história do navio que afundou após colidir com um iceberg em 15 de abril de 1912 é contada em uma exposição que já rodou o planeta e que, agora, chega em Brasília. A mostra já foi vista por 22 milhões de pessoas em 85 cidades e desembarca hoje, com 243 objetos retirados do fundo do mar, na tenda externa do ParkShopping. A curadoria é de Alex Klingelhofer da RMS Titanic, Inc.
Batizada de Titanic: A Exposição-Objetos Reais, Histórias Reais, a mostra divide-se em oito galerias, em 1.500 m2, e foi montada em ordem cronológica. O transporte de Porto Alegre, primeira cidade do País a receber a exposição, para o DF, foi feito por nove carretas para transportar itens da estrutura e iluminação. Já para as peças naufragadas, foi usado um caminhão refrigerado com embalagens e espumas.
Quase cem anos após o acidente, os brasilienses poderão conferir os objetos retirados do navio e ter, até, a sensação de que está na embarcação. A sonoplastia, cenografia e temperatura foram cuidadas para representar o drama que os passageiros viveram. Logo na chegada, os visitantes recebem uma réplica de um bilhete com dados de uma das pessoas que esteve na embarcação. “A exposição mostra as escolhas dos passageiros. E demorou para ficar pronta devido ao cuidado com os objetos. A mostra tem emocionado muita gente” conta a curadora.
A “viagem” começa numa galeria com itens da construção do navio. Na área, a história do projeto e da infraestrutura. Particularidades são colocadas à tona como o fato de dez mil homens terem trabalhado na fabricação, três anos, no estaleiro da Harland & Wolff, em Queens Island.
Em seguida, a vez da partida. Os visitantes passam por rampa de embarque para entrarem no navio. E veem imagens de 10 de abril de 1912, do porto de Southampton, Inglaterra, onde soaram os apitos e parentes se despediram de quem foi na viagem inaugural do Titanic.

Imagens fortes
A terceira área é A Vida a Bordo, onde é vista a distinção de classes. Uma recriação das cabines da primeira e terceira classe mostra a diferença de conforto. Enquanto a primeira classe escutava música clássica, a terceira escutava as máquinas. Grades separavam de outras áreas.
A Sala das Caldeiras recria a caldeira e uma porta-estanque, que impedia a entrada de água nos compartimentos inferiores, e que acabou trancando operários no naufrágio. O ápice da mostra é a quinta galeria. Após ser anunciado um “iceberg à vista”, o público vê um muro de gelo de 3,5m feito a partir do desenho do vigia da embarcação Frederick Fleet. Na seqüência, a parte do resgate, de como o navio Carphatia, sob o comando do capitão Arthur Rostron, salvou os 705 sobreviventes após o naufrágio. A sétima galeria, A Recuperação, leva os visitantes ao silêncio e a vivenciar o drama da tragédia. Para encerrar, um memorial onde os visitantes pegam o bilhete recebido na entrada e veem o destino de quem estava a bordo. Por fim, a homenagem a Millvina Dean, última sobrevivente do naufrágio, que morreu em 2009, com 97 anos.
Ah, e quem quiser ficar mais íntimo do Titanic pode comprar réplicas de seus objetos, como louças da segunda e terceira classe, sabonete da primeira classe, além da réplica do barco. Preços a partir de R$ 30.
Titanic: A Exposição – Objetos Reais, Histórias Reais – De hoje até 18 de setembro. Visitações de segunda a quinta, das 10h às 21h. E de sexta a domingo, das 10h às 22h. Na tenda externa do ParkShopping. Ingressos (inteira): R$ 40. Mais informações: 4003-6464. Classificação livre.