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Forró na capital federal: Brasília dança ao som do Nordeste

Descubra onde dançar e celebrar o forró em Brasília

Daniel Xavier

29/11/2024 15h30

Grupo Collo de Mainha. Crédito: acervo da banda

Grupo Collo de Mainha. Crédito: acervo da banda

Brasília foi construída com muito concreto e também com muitas culturas e sotaques. Na nova capital federal, cabia gente de todo lugar. Dentre o que deixaram suas terras para apostar nesse sonho em meio ao planalto central, os nordestinos estavam em grande maioria. E a eles devemos muito do que hoje também é nossa cultura. Não por acaso, o quadradinho se rende ao som inconfundível da sanfona, do triângulo e da zabumba – instrumentos que, juntos, formam a alma sonora desse ritmo.

Desde os primeiros acordes, o forró foi inspirado pela vida no Nordeste, retratando as alegrias, desafios e costumes de seu povo. O professor de dança César da Silva, 74 anos, que ensina forró desde 1993 em seu estúdio Vip Studio de Danças em Vicente Pires, explica a origem do termo: “O forró surgiu no final do século XIX, nos bailes chamados Forrobodó, em Pernambuco. ‘Forró’ é uma abreviação de forrobodó, que significa festa ou farra.”

Para César, o forró não é apenas uma dança, mas um agente de inclusão. “O forró melhora a autoestima, une gerações e cria espaços de convivência, onde jovens e idosos podem socializar e fortalecer os laços com a comunidade”, ressalta. O professor também destaca o papel do “Rei do Baião”, Luiz Gonzaga, na popularização do gênero em todo o Brasil.

E por falar em “Rei do Baião”, o Dia Nacional do Forró, comemorado em 13 de dezembro, celebra seu aniversário de nascimento, na cidade de Exu, em Pernambuco, em 1912. Em homenagem à data, preparamos um roteiro para você descobrir onde Brasília encontra o Nordeste nos passos da dança. Confira!

Forró Arrastado na Casa do Cantador

Nesta sexta, 29 de novembro, a Casa do Cantador, em Ceilândia, será o ponto de encontro para a celebração do Festival Dia do Nordestino, que vai das 16h30 às 2h. Com uma programação diversa, o evento traz shows de artistas como DJ Hercules, Banda Imagem, Menino Ricco, Rafael Silva e a dupla Zé Mulato e Cassiano. Para os que gostam de dançar agarradinhos, o grupo Collo de Mainha promete animar a noite com um forró que mistura tradição e modernidade. “Nosso show é uma viagem musical que conecta o passado com o presente”, diz Rodrigo Falashi, sanfoneiro da banda. Segundo ele, a banda se inspira em mestres como Luiz Gonzaga e Dominguinhos, mas também traz influências contemporâneas, criando um forró vivo e em constante evolução.

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Zé Mulato e Cassiano. Foto de Maz Alves

Acessibilidade – Além de celebrar a cultura nordestina, o Festival Dia do Nordestino também se compromete com a inclusão, oferecendo audiodescrição para pessoas com deficiência visual. Cacá Silva, apresentador e audiodescritor do evento, destaca a importância dessa iniciativa: “Proporcionar essa inclusão é um compromisso com a cidadania e a democratização da cultura.” Para ele, o festival não é apenas uma homenagem ao Nordeste, mas uma oportunidade de aproximar diferentes públicos e valorizar a diversidade cultural.

Forró No Pôr do Sol: Inclusão e Tradição

O Forró No Pôr do Sol, realizado quinzenalmente aos domingos na Praça do Cruzeiro, é um exemplo de como a cultura nordestina se adapta aos tempos modernos, sem perder sua essência. Iniciado em 2022 por um grupo de amigos, o evento democratiza o forró ao oferecer um espaço gratuito e inclusivo para todas as idades. Mayk Solar, organizador do evento, conta que a ideia era simples: “Nos reunimos na praça, levamos uma caixinha de som e começamos a dançar.” Hoje, o encontro atrai cerca de 500 pessoas a cada edição, criando um ambiente familiar e intergeracional.

Para Ana Maria, 22 anos, frequentadora assídua do Forró No Pôr do Sol, o evento é uma oportunidade de celebrar a vida. “Amo esse espaço! Trago meus amigos para dançar e me divertir. Espero que nunca acabe”, diz ela.

Forró para a Terceira Idade: Vitalidade e Bem-Estar

Forró da Asmac. Crédito: acervo da associação
Forró da Asmac. Crédito: acervo da associação

O forró também tem sido um refúgio de alegria para a terceira idade no Distrito Federal. Na Associação Maria da Conceição (Asmac), no Gama, bailes de forró, às quintas-feiras e aos domingos, são parte essencial da programação voltada para os idosos. Maria José Resende, 81 anos, presidente da Asmac, enfatiza os benefícios da dança: “Ela vai além do físico, é uma terapia para a mente e a autoestima. Mantém nossos idosos ativos e conectados socialmente.”

Com uma média de 250 a 300 participantes, os bailes da Asmac são conhecidos pelo ambiente acolhedor, onde os idosos se sentem em casa, cercados de amigos e cuidados. “Nosso público vai de 50 até 90 anos, e nosso objetivo é garantir que todos se sintam acolhidos e respeitados”, conclui Maria José.

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