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Festival Câmbio Negro celebra 35 anos da banda com programação gratuita

Evento reúne grandes nomes do rap nacional neste sábado (13), a partir das 17h, com show inédito de duas horas e convidados especiais

Aline Teixeira

12/09/2025 5h00

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Foto: Divulgação

A Esplanada dos Ministérios será tomada pelo rap neste sábado (13), a partir das 17h, com o Festival Câmbio Negro 35 anos. O evento gratuito, que celebra a trajetória da icônica banda da Ceilândia, promete duas horas de show especial e participações de grandes nomes da cena, como Duckjay (Tribo da Periferia), Japão (Viela 17), BellaDonna, Xande (Mente Consciente), Magu (Diga How) e US Blacks, além de homenagens em vídeo a GOG e ao grupo Roller Grooove.

Formado por X (vocal), Ralph Sardela (guitarra), Denizar Marques (bateria), Moisés Pacífico (baixo) e DJ Beetless, o Câmbio Negro foi um dos pioneiros do rap no Brasil, ajudando a consolidar o movimento no início dos anos 1990 e levando a voz da periferia para o país inteiro. No show comemorativo, o grupo revisita os três álbuns da carreira — Sub-raça (1993), Diário de um Feto (1995) e Câmbio Negro (1998) — além de singles marcantes como “Ninguém Toma” e “Ceilândia Revanche do Gueto”.

“É um sonho que começou a ser pensado em 2018, para comemorar os 30 anos de banda. Veio a pandemia, adiamos os planos, mas aprimoramos o formato dessa celebração. Criar um festival foi a solução para fazer o show que a gente sempre quis fazer, sem depender de line-ups convencionais que quase nunca nos incluem”, explica X, fundador e vocalista do grupo.

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Câmbio Negro. Foto: Divulgação

Conexões históricas e emoção no palco

Entre os convidados, Japão, do Viela 17, fala sobre a importância do Câmbio Negro para sua própria trajetória: “O Câmbio se mistura muito para mim com a figura do X, que é meu amigo das antigas e irmão de caminhada. A importância dessa banda acontece no surgimento do rap no país e a significância é imensurável. Foi através das letras e batidas do Câmbio que aprendemos a valorizar, respeitar e honrar a Ceilândia.”

Sobre sua participação, o rapper adianta: “O público vai delirar, pois é uma música que diz muito sobre nós dois e nossa caminhada. Será a primeira vez que cantaremos juntos essa música desde que ela foi lançada no século passado. Uma honra para mim, e acredito que para o público será um momento ímpar.”

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Japão Viela 17. Foto: Divulgação

A força das mulheres no rap

A rapper BellaDonna, uma das atrações mais aguardadas, destaca a relevância de ocupar o palco ao lado do grupo. “É uma honra muito grande, pois o Câmbio faz parte da minha história. Sou de Brazlândia e na adolescência ouvia na esquina da minha quadra com meus amigos, ia para a escola ouvindo no walkman, escrevendo as letras no caderno para aprender a cantar. Câmbio Negro sempre foi uma poderosa ferramenta contra as desigualdades sociais e o racismo. Estar aqui é histórico, fortalece a cena e ajuda a quebrar mais e mais barreiras”, destaca.

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Belladona. Foto: Divulgação

Ela lembra que o rap ainda é um espaço de disputa para as mulheres. “Na minha época o rap era marginalizado e, para as mulheres, era ainda mais difícil. A busca era por reconhecimento e legitimidade. Hoje temos a internet, mais espaços e mais representatividade, mas a luta por igualdade em festivais ainda é necessária. A abertura que o Câmbio está dando aqui é fundamental.”

Ansiosa pela apresentação, BellaDonna garante uma entrega intensa. “Os ensaios foram incríveis. Estou com o coração a mil, mas confiante de que será uma experiência memorável. Quem gosta de Câmbio Negro vai se emocionar com músicas eternas na voz de outros rappers. É muito rap, peso, ousadia e atitude.”

O evento vai além do show comemorativo e celebra os quatro elementos do hip-hop com grafite ao vivo de Nay Naty, Soneca, Guga Baygon e Snupi (que também assina a cenografia do palco), apresentações de break com os pioneiros DF Zulu Breakers, feira de economia criativa e área gastronômica com preços acessíveis.

“O festival é dedicado a todos que amam a cultura hip-hop. É para quem ama, vive e sente. Para quem às vezes não tem condições financeiras, ganha um salário mínimo, mas compra nosso disco, ouve nossa música, curte nas redes, compra camiseta. Essa festa é para quem acredita e sabe que não é moda”, resume X.

Serviço – Festival Câmbio Negro 35 anos 
Data: 13 de setembro de 2025
Horário: 17h às 02h
Local: Esplanada dos Ministérios (em frente à rodoviária do Plano Piloto)) 
Classificação indicativa: 16 anos 
Entrada: gratuita
Ingressos: sympla.com.br/evento/festival-cambio-negro—35-anos/3072643 

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