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CoMA 2025 celebra tradição e futuro da música

Festival reúne mais de 30 artistas no CCBB neste final de semana, mesclando nomes consagrados e novas vozes da cena brasileira

Alexya Lemos

22/08/2025 5h00

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Foto: Divulgação

Brasília se prepara para o encerramento de mais uma edição do Festival CoMA (Consciência, Música e Arte) neste fim de semana, que receberá vários artistas para um final de semana recheado de música boa no CCBB.

Consolidado como um dos principais encontros de música e conferências do país, o evento reúne mais de 30 artistas em uma programação que mescla shows, DJs, talks, projetos musicais e experiências imersivas.

Entre os nomes já confirmados, destacam-se Paulinho da Viola, Nação Zumbi, Sandra Sá, Metá Metá, Paulinho Moska e Yago Opróprio. A proposta da curadoria é refletir a diversidade da música brasileira, indo do soul e funk à força do rap contemporâneo, passando pelo samba, pela música instrumental e pelas novas linguagens eletrônicas.

Diálogo entre tradição e contemporaneidade

A programação evidencia a multiplicidade de estilos. A potência de Sandra Sá representa a herança do soul e do funk no Brasil; Yago Opróprio traz o boombap do hip hop em sua versão atualizada; Metá Metá apresenta sua sonoridade experimental e vibrante; e Paulinho da Viola revisita o samba com a sofisticação de quem é referência histórica. Já a brasilidade da Nação Zumbi, ao lado da lírica de Paulinho Moska, reforça o cruzamento entre tradição e inovação que marca o CoMA.

Vozes críticas e narrativas profundas

Um dos destaques do line-up, Don L reflete sobre o papel social da música e como estética e discurso se entrelaçam. “A estética musical está diretamente ligada ao discurso. Conteúdo e forma não são dissociáveis, então é natural que a estética acompanhe. O que ontem era percebido como contracultura hoje pode ser conservador.”

Conhecido por seus discos conceituais, o rapper vê inspiração nos grandes nomes da arte:

“Você não ouve falar de Michelangelo ou Cartola, ou de Tupac ou Racionais, sem o contexto histórico no qual estavam inseridos. A complexidade não quer dizer que não seja acessível. A ideia é que existam camadas mais profundas que possibilitem diferentes leituras, hoje ou daqui a 20 anos.”

Para ele, o desafio atual da música brasileira está menos em repetir discursos e mais em propor caminhos. “Provavelmente não tem nada que não tenha sido dito, mas ultimamente não tem muito sendo proposto. O país precisa voltar a ter uma ideia de futuro com autoestima enquanto povo criativo e capaz.”

Da herança às novas batidas

O produtor e DJ Vhoor, que também integra a programação, credita sua formação à convivência com o pai. “Ele construía as batidas para poder cantar em cima e eu ficava interessado em saber como era. Era quase uma brincadeira que a gente fazia juntos.”

Com parcerias marcantes com FBC e a banda Tuyo, Vhoor ressalta o processo de criação colaborativa e a versatilidade de seu repertório para se encaixar dentro e fora do Brasil. “Eu acabo tendo uma playlist com bastante música e, quando chego no rolê, avalio o tipo do público. Cada um tem afinidade maior com uma parte do meu trabalho.”

Vhoor vai estar em turnê na Europa e nos Estados Unidos no final do ano.

Resistência e memória sonora

O festival também será palco para a força de um grupo que ajudou a redefinir a música brasileira nos anos 1990. À frente da Nação Zumbi, Jorge Du Peixe recorda o caráter experimental da banda: “O disco é bem à frente do seu tempo, com uso de foguetes, tambores de maracatu e todas as informações que tínhamos à nossa volta.”

Fiel ao vinil, ele define a escolha como um gesto de resistência. “Para mim isso é música na mão, é uma forma de resistência. As plataformas digitais são um mal necessário, como foram as gravadoras em outra época. Mas a força do artista está no artista.”

Após turnê que passou por nove países em dez shows na Europa, o músico garante que a banda chega a Brasília afiada. “Espero que todos estejam presentes para cantar e dançar com a gente”, convida.

Confira a programação completa:

23/8 (Sábado) – Festival CoMA

Pista eletrônica

16:10 – Eric Terena
17:30 – 5uinto com Claradontcare e FF1
19:10 – Songe
20:40 – Beco Elétrico com Leriss e Giograng
22:10 – Vhoor part. FBC
23:10 – Escola de Mistérios com Quimera e Miguel Arcanjo
00:30 – Caio T (Gop Tun)
02:00 – Teto Preto
03:10 – Young Clubber

Palco BB Seguros

17:00 – N.I.N.A
17:40 – DJ Beatmilla
18:00 – Renegado
18:40 – DJ Beatmilla
19:10 – Aluminé e Kirá
19:50 – DJ Beatmilla
20:20 – Budah
21:10 – DJ J4K3
21:40 – Queonda convida Juyè
22:30 – DJ J4K3
23:00 – Don L
00:00 – DJ J4K3
00:20 – Ronisia (FR)
00:50 – DJ J4K3
01:20 – Yago Oproprio

24/8 (Domingo) – Festival CoMA

Pista eletrônica

16:10 – Vapo_R com Thayto e Tonny Rocks
18:00 – Idlibra
19:00 – Meduna com Ramiro Galas
20:30 – Valentina Luz
22:00 – Technobrass
23:00 – Mathosa com Omoloko e Kabulom

Palco BB Seguros

16:10 – DJ Odara Kadiegi
16:30 – Metá Metá
17:20 – DJ Odara Kadiegi
17:40 – Clara e Flaira
18:20 – DJ Odara
18:40 – Jadsa part. Pratanes
19:20 – DJ Cxxju
19:40 – Paulinho Moska
20:30 – DJ Cxxju
21:00 – Paulinho da Viola
22:00 – DJ Cxxju
22:30 – Sarau Secreto part. Marvyn, Bell Lins, Laady B, Israel Paixão e Sandra Sá
23:20 – DJ Cxxju
23:50 – Nação Zumbi “Da Lama ao Caos”

Teatro

20h – Catto

Festival CoMA 2025 – Consciência, Música e Arte
Quando:
23 e 24 de agosto, a partir das 15h
Local: CCBB Brasília – SCES Trecho 02 Lote 22 Ed. Tancredo Neves. Setor De Clubes Sul
Ingressos pelo site ou na bilheteria física

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