Ícone do hip-hop nacional e símbolo da resistência cultural do Distrito Federal, a banda Câmbio Negro celebra 35 anos de carreira com um festival gratuito no dia 13 de setembro, na Esplanada dos Ministérios.
A partir das 17h, o grupo comanda um show especial de duas horas, com participações de nomes relevantes do rap nacional, grupos convidados e intervenções dos quatro elementos da cultura hip-hop: MC, DJ, grafite e break. A entrada é franca.
Criado em 1990 na Ceilândia, o Câmbio Negro foi pioneiro na nacionalização do rap brasileiro e chega ao marco de 35 anos com a mesma postura combativa e independente que marcou sua trajetória. Hoje formado por X (vocal), Ralph Sardela (guitarra), Denizar Marques (bateria), Moisés Pacífico (baixo) e DJ Beetless, o grupo apresenta um show que revisita os álbuns Sub-Raça (1993), Diário de um Feto (1995) e Câmbio Negro (1998), além de singles lançados ao longo da carreira.
“É um sonho que começou a ser pensado em 2018, para comemorar os 30 anos de banda. Veio a pandemia, adiamos os planos, mas também aprimoramos muito o formato dessa celebração. E agora vem!”, afirma X, líder do grupo.
Um festival com curadoria afetiva
Idealizado pelo próprio Câmbio Negro, o Festival Câmbio Negro 35 Anos foi construído como uma alternativa aos modelos de eventos que, segundo X, pouco reconhecem o valor histórico de artistas veteranos do hip-hop. O objetivo é proporcionar ao público uma experiência completa da cultura urbana, incluindo atrações que também foram fundamentais para a formação do gênero no país.
“É pra quem ama, vive e sente. Quem às vezes não tem condições financeiras, ganha um salário mínimo, mas compra nosso disco, ouve nossa música, curte nas redes, compra camiseta… Essa festa é dedicada a quem ama o Câmbio Negro, pra quem acredita e sabe que não é moda”, afirma o rapper.
O line-up do festival conta com três shows nacionais:
- Conexão Suburbana (GO) – comandado por Preto Wallace, é um dos grupos com maior sinergia com o rap do DF, tendo dividido palcos com o Câmbio Negro desde os anos 1990.
- Lauren Priscila (SP) – referência do rap feminino, com passagens pelo RZO e pelos grupos Mentalidade Humana, Grupo de Extermínio e Visão de Rua, ao lado de Dina Di.
- Opanijé (BA) – grupo que une rap e religiosidade afro-brasileira, com letras que reverenciam o candomblé e um estilo próprio que mistura ancestralidade e contemporaneidade.
O evento também conta com DJ Léo nos intervalos, tocando um set especial de black music selecionado por X, além de apresentações de break com DF Zulu Breakers e ações de grafite ao vivo com artistas como Nay Naty, Soneca, Guga Baygon e Snupi – este último também responsável pela cenografia do palco.
Participações especiais
O show comemorativo do Câmbio Negro terá participações de peso, incluindo BellaDonna, Xande (Mente Consciente), Japão (Viela 17), Magu (Diga How), US Blacks e, pela primeira vez no mesmo palco, Duckjay (Tribo da Periferia) e X. O rapper GOG também participa, em vídeo.
Representando a capoeira, prática que faz parte da trajetória pessoal de X, o festival também convida os mestres Jânio, Pequeno, Fiapo, Zé Cláudio e Teté para participações especiais no palco. E nos telões, vídeos do grupo Roller Grooove reforçam a memória das danças urbanas no DF.
Estrutura e acessibilidade
Com estrutura planejada para receber públicos diversos, o Festival Câmbio Negro contará com:
- Feira de Economia Criativa – com marcas parceiras do grupo desde os anos 1990, como a loja Gringos, o podcast Gringos, o Mercadinho do Natinho e a Manos Caps.
- Área gastronômica – com opções a preços acessíveis.
- Espaço com acessibilidade para pessoas com deficiência.
Programação
Show Câmbio Negro 35 anos
Com participações especiais de:
Duckjay (Tribo da Periferia)
Japão (Viela 17)
BellaDonna
Xande (Mente Consciente)
Magu (Diga How)
US Blacks
GOG (participação em vídeo)
DF Zulu Breakers
Roller Grooove (participação em vídeo)
Grupos de Capoeira
Programação de abertura
Conexão Suburbana (GO)
Opanijé (BA)
Lauren (SP)
DJ Léo (DF)
Festival Câmbio Negro 35 anos
Quando: 13 de setembro, das 17h às 02h
Onde: Esplanada dos Ministérios (em frente à rodoviária do Plano Piloto)
Classificação indicativa: 18 anos
Entrada franca com retirada de ingressos pelo Sympla
