Por Larissa Barros
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A partir de hoje até domingo (11), o Eixo Cultural Ibero-Americano se transforma no ponto de encontro dos apaixonados pela cultura sobre rodas. A quarta edição do Brasília Moto Festival (BMF) promete movimentar a região ao reunir motociclistas, motoclubes, triciclistas, jipeiros e colecionadores de carros antigos em uma celebração que vai muito além das motos. Para participar, basta doar 1 kg de alimento não perecível.
A essência do festival, segundo a organização, é manter viva a tradição e o espírito comunitário que marcam o motociclismo no Distrito Federal. “O Brasília Motofestival tem como objetivo central um evento democrático e ele é um evento das rodas, ele é um evento que vem agregar a essas tribos das rodas. Brasília tem muito isso, são tribos com modalidades diferentes, mas que circulam entre si”, explica a organizadora Tânia Serzanink. Para ela, essa proposta diferencia o BMF de outros eventos da cidade. “É um evento um pouco diferente de outros que têm acontecido, porque ele é um evento raiz. Ele remonta às origens do movimento motociclístico, não só da nossa cidade, mas do movimento motociclístico como um todo”.
A programação musical reforça esse clima. 16 bandas do Distrito Federal se revezam no palco com muito rock e blues ao longo dos quatro dias. A seleção é feita por uma equipe formada por motociclistas envolvidos com música, que analisam todos os materiais enviados. “Nós temos uma equipe musical composta por motociclistas que são músicos, então a gente recebe muito material. Essa equipe se reúne, escuta, analisa todo o conteúdo para fazer a seleção. O critério é que tenha qualidade e que tenha realmente inscrito material. Chega muito material bom, é uma escolha difícil. E a gente procura colocar bandas conhecidas em Brasília, que já tocaram no festival, mas sempre dando oportunidade a bandas novas”, detalha Tânia.

A abertura será nesta quinta-feira (11), às 19h30, com uma homenagem ao icônico festival de Woodstock, reunindo Old Is Cool, Rock Drops, Haroldinho Mattos e QuintaEssência. Na sexta (12), o palco recebe Sun Garden, Led Zeppelim, Monster Jam e Sargento Pimenta. No sábado, os shows começam às 17h, com Claquetes, Diogo Branko, Ray Titto e os Calabares, Sub Pop, Double Band e Cloning Stones. O encerramento, no domingo, inicia às 14h, com as bandas The Memories e Lúpulo e Cereais Não Maltados. A estimativa é atrair entre 12 e 15 mil pessoas durante a programação.
Além da música, o festival oferece praça de alimentação, expositores de gastronomia artesanal, feira de artesanato, venda de acessórios e equipamentos, além de uma feira de adoção de cães e gatos. O evento também conta com espaço kids, áreas cobertas para proteção da chuva e locais reservados para idosos e pessoas com deficiência.
Para o idealizador Marco Portinho, essa diversidade reforça o caráter acolhedor do BMF. Ele destaca que a intenção é ampliar o alcance do evento sem perder sua essência. A integração de jipeiros e colecionadores de carros antigos, segundo ele, fortalece a proposta de ser um espaço aberto a diferentes públicos. O festival nasceu da vontade de aproximar as pessoas da verdadeira cultura motociclista, guiada pela camaradagem, pela simplicidade e pelo espírito comunitário, como explica Marco.
A segurança também é uma preocupação central da organização. “Nós temos a segurança contratada e muito orientada para tratar todo mundo com muita cordialidade, mas está sempre muito atenta a qualquer ação suspeita. É um evento protegido”, explica Tânia. Ela destaca ainda a adaptação da estrutura à época de chuvas. “Agora nós estamos nessa época de chuva, então tem galpão, tem tendas, tem um espaço kids para receber as crianças. Para os idosos e as pessoas com deficiência, temos um espaço específico perto do palco. A gente procura ter esse olhar para todas as pessoas. Os eventos motociclísticos são muito tranquilos. As pessoas vão, se sentem muito à vontade e seguras”.
Para ela, o BMF é mais do que um festival: é uma experiência de convivência e pertencimento. “O evento tem comidas, tem uma feira de artesanato enorme, tem acessórios… tem muitas coisas para serem vistas lá dentro. Vale a pena demais. A proposta geral é essa: apresentar esse estilo de vida diferente, mas de um evento realmente raiz, democrático e onde todas as pessoas são muito bem-vindas”.