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Viva

Estrela do flamenco, Eva Yerbabuena fala sobre espetáculo que estreia em Brasília

Arquivo Geral

06/05/2010 10h32

Criada em 2005 para festejar o Dia da Europa (celebrado em 9 de maio), a Semana Cultural Europeia começa mais cedo, com as atividades da Eunic Brasil, associação dos institutos culturais oficiais e embaixadas de países da União Europeia (como Aliança Francesa, British Council, Cultura Inglesa,  Goethe-Zentrum, Instituto Camões e Instituto Cervantes).
O primeiro evento da maratona cultural  que terá palco em Brasília durante toda a próxima semana fala alemão, mas vem da Espanha. Com o espetáculo Pasión Flamenca, uma das mais prestigiadas bailarinas de flamenco volta à capital federal, dois anos após sua última apresentação por aqui. Eva Yerbabuena realiza a nova montagem especialmente para esta turnê brasileira, que estreou na segunda-feira em Belo Horizonte, passou ontem por São Paulo e, de Brasília (nesta quinta-feira), segue para Curitiba (domingo), Rio de Janeiro (dia 10) e Porto Alegre (dia 13).
Pasión Flamenca une sete coreografias, que remetem ao tipo de espetáculo que o jargão chama de “fogos de artifício”, obras que nascem de uma colagem, na qual o que mais conta não é a dramaturgia, mas o virtuosismo técnico.
Eva Maria Garrido Garcia nasceu em Frankfurt, na Alemanha, e com duas semanas seus pais a levam para Granada. Começou na dança aos 12 anos, em 1982. Estudou em Sevilha com Juan Furest e Jesús Domínguez, fez aulas com Johannes García, em Cuba, e estreou profissionalmente na Cia. Rafael Aguilar (1985). Dançou com o grupo de Paco Moyano e, em 1988, criou a sua própria companhia, que hoje se compõe de sete dançarinos e oito músicos.
No Brasil, os músicos serão Enrique Soto, Pepe de Pura e Jeromo Segura (vocais), Raul Dominguez (percussão), Ignacio Vidaechea (saxofone e flauta), Manuel de La Luz e Paco Jarana (guitarras). Desde 1999, Jaranas, seu marido, compõe as músicas de todos os espetáculos.

Em entrevista ao Clicabrasília, a bailarina fala sobre processo de criação do novo espetáculo e conta um pouco de sua história com a dança flamenca.

Como foi o processo para a criação para esse novo espetáculo?

Na verdade esse espetáculo é uma colagem de várias coreografias minhas, reunidas em 12 anos de companhia. Então nesse caso específico, foi mais uma pesquisa das coreografias que eu queria mostrar como mosaico do meu trabalho na companhia

 
Você entrou muito nova no universo da dança. Como chegou até você?

Na verdade foi através de uma tia minha, que morreu muito jovem, aos 29 anos. Ela sempre falava que deveriam em levar para uma escola de dança. Quando ela morreu, resolveram me colocar para dançar. Acho que ela tinha razão…

 
Como é sua preparação para uma apresentação? De onde você tira a energia que você exala e abrsorve?

Tenho um ritmo muito disciplinado na dança, diariamente. São sempre horas de exercícios, de preparação, de criação. Eu tiro minha energia da paixão pelo flamenco. Acho que isso acontece com todos os grandes dançarinos 
 

E quanto às oficinas? Você as administra por mero prazer de transmitir seus conhecimentos?

Sim, tenho prazer em conversar sobre o trabalho que desenvolvo, é um lado professoral que tenho dentro de mim e me dá muito prazer passar para os interessados a minha experiência, é assim que o Flamenco vai passando de geração em geração

Há algum ponto que te liga ao Brasil – e a Brasília em especial?

Acho que é a terceira vez que venho ao Brasil, se não me falha a memória e sempre fui muito bem recebida, sempre existe um público muito caloroso… acho que o flamenco mexe de alguma forma com a alma dos brasileiros, existem muitos descendentes de espanhois também… Tenho enorme prazer em dançar no Brasil

Quais são seus hobbies, quando está fora dos palcos?

Adoro ler, adoro tomar conta de casa, cozinhar, gosto muito de trabalhos domésticos…

Você é  considerada uma das mais importantes bailarinas flamenca dos últimos tempos. Como reage a isso?

Fico feliz de ter acontecido isso… de ser reconhecida, afinal danço desde os 11 anos e vou completar 40 agora … fico feliz de ser respeitada no meu trabalho, mas a responsabilidade aumenta… nada é de graça. Fico mais nervosa, mais centrada de que preciso de superar para corresponder às expectativas…

O que a música flamenca te transmite em especial?

A dança flamenca é  paixão, é emoção a flor da pele, e sempre carregada de uma certa angústia mesmo quando é alegre.

O sentimento e a emoção que você deposita em cada gesto, a cada passo, qual a fonte para tanta inspiração?

Deixo me levar pela música, por essa angùstia, essa saudade que a dança inspira, é automático!

O que a dança flamenca te traz que a diferencia das outras danças?

Acho que cada tipo de dança tem uma característica própria, a dança flamenca é  diferente de todas as outras, tem um lado sensual muito forte, mas ao mesmo tempo não é uma coisa vulgar, imediatista, é mais de intenções do que ações, eu diria

Com quantos anos conheceu e se apaixonou pelo flamenco? Há alguém que tenha te marcado nesse período?

Eu danço desde os 11 anos de idade. Desde então é uma paixão constante. Acho que uma pessoa que muito admiro e que muito influenciou foi Pina Bausch .

Como foi estar ao lado de Pina Bausch?

Ela era uma pessoa única, um gênio da arte, imensamente apaixonada pelo que fazia, foi uma honra muito grande poder ser sua amiga.

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