“Quando se escavarem essas minas escondidas em meio a esses montes aparecerá aqui a terra prometida que jorrará leite e mel, e sua riqueza inconcebível”. As palavras passadas por um anjo para o padre João Bosco, em viagem pela América Latina, se concretizou quando o ex-presidente Juscelino Kubitschek desbravou o Cerrado para fundar a nova capital, e agora flerta com a fantasia no espetáculo O Sonho de Dom Bosco, que a Academia de Ballet Lúcia Toller apresenta hoje e amanhã, na Sala Villa-Lobos.
A exibição conta com a bênção do carnavalesco e artista plástico Joãosinho Trinta, consultor de cenário e figurino do espetáculo. Joãosinho também participa de uma representação, no último ato, ao lado de ritmistas, passistas e integrantes da Escola de Samba Águia Imperial, da Ceilândia.
Para Lúcia Toller, dona da companhia, o espetáculo é um presente pessoal para os 50 anos da capital. “Ofereço esse trabalho em exaltação à criação de Brasília, cidade que comporta toda uma poesia em sua história”. O trabalho com Joãosinho Trinta, segundo ela, enriqueceu a construção do processo criativo. “Trabalhar com João foi incrível. Ele é maravilhoso, bem-humorado e super acessível. Foi realmente uma parceria em prol do mágico processo da construção de Brasília”, assinala.
Para Joãosinho Trinta, trabalhar neste projeto é um presente e uma nova forma de expor seu talento. “O balé possui uma linguagem diferente do Carnaval. Apesar da semelhança na grandiosidade de ambos processos, busquei não misturar as coisas”, garante.
O Sonho de Dom Bosco, segundo ele, é exuberante como um desfile carnavalesco, contudo, delicado como deve ser o balé. “Deixei a Lúcia à vontade na criação e colaborei mesmo com o processo final. Somente lapidei e acrescentei certo brilho. Tenho certeza que o espetáculo vai agradar a muitos.”
O espetáculo é dividido em duas partes. Uma com dois atos, com música de Verdi e Heitor Villa-Lobos; e outra em três atos: Festa da Inauguração e Os Candangos, com música de Oswaldo Montenegro e Chico Buarque; O Itamaraty e o Corpo Diplomático, com música de Strauss, e Céu de Brasília – Natureza Mágica, com o enredo da Águia Imperial.
O Sonho de Dom Bosco conta com 150 baialarinos. Entre eles, o primeiro bailarino da companhia, Rodrigo Mena Barreto, e as bailarinas Marcela Mendes e Vivian Salles.
Serviço:
O Sonho de Dom Bosco – Hoje e amanhã, às 20h, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional. Ingressos a R$ 50 (inteira). Classificação livre.