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Espetáculo analisa conflitos no Iraque a partir de relatos verídicos de gente que viveu a guerra

Arquivo Geral

04/04/2012 7h12

Camilla Sanches
camilla.sanches@jornaldebrasilia.com.br

 

Odiretor José Wilker traça três caminhos para a dor em Palácio do Fim, espetáculo encenado na Mostra Contemporânea do Festival de Curitiba. Com texto da canadense Judith Thompson e tradução de João Gabriel Carneiro, o espetáculo usa relatos verídicos para falar da invasão norte-americana ao Iraque, em 2003.

 

A peça ampara-se em três pilares: as histórias da oficial norte-americana Lynndie England, da ativista Nerhjas al Saffarh e do inspetor de armas inglês David Kelly. Cada um, a partir de sua ótica, conta momentos dos horrores vivenciados e até cometidos, afinal estão em lados distintos da trincheira.

 

A oficial Lynndie, por exemplo, é acusada de abusar de prisioneiros de guerra, em Abu Ghraib, e tem fotos do crime expostas para o mundo todo por meio da internet. Enquanto isso, o cientista britânico vive atormentado por ter revelado, em entrevista à rede de televisão internacional BBC, que não existiam armas de destruição em massa no território iraquiano, principal motivo pelo qual a guerra foi desencadeada na região.

 

As reflexões mais tocantes, no entanto, talvez sejam as da iraquiana Nerhjas al Saffarh, torturada no palácio que dá nome à produção, usado pela polícia secreta de Saddam Hussein para obrigar capturados a entregar seus companheiros, entre outras barbáries. Vera Holtz é quem dá vida à personagem, que presencia maus-tratos aos filhos, dois meninos, um de 15 e outro de oito anos, e é estuprada, mesmo estando grávida.

 

O espetáculo coloca Vera Holtz  de novo no mesmo palco que o colega Antonio Petrin, que interpreta o Dr. David. Há 32 anos, ela estreou no teatro ao lado dele, com a peça Rasga Coração. Camila Morgado completa o elenco, no papel da militar norte-americana.

 

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