Guilherme Lobão
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Com 1.157 poltronas distribuídas entre oito salas, o Espaço Itaú de Cinema abriu suas portas em Brasília, no shopping CasaPark, e colocou fim à agonia do público cinéfilo, que há mais de seis meses estava sem um circuito comercial alternativo em atividade para exibição de filmes de arte.
O arteplex que substitui o Embracine chega a Brasília trazendo consigo pelo menos cinco filmes que nunca seriam vistos nos cinemas da capital federal se dependesse das demais operadoras em funcionamento na cidade: Minhas Tardes com Margueritte, de Jean Becker; O Garoto da Bicicleta, dos irmãos Dardenne; As Canções, de Eduardo Coutinho; A Alegria, de Felipe Bragança e Marina Meliande; e Reidy – A Construção da Utopia, de Ana Maria Magalhães.
Além desses, a programação desta semana prestigia a produção local (Simples Mortais, de Mauro Giuntini), a sul-americana (Um Conto Chinês, do argentino Sebastián Borensztein) e as produções hollywoodianas Os Muppets, Noite de Ano Novo e O Gato de Botas, este último com projeção em 3D.
“O conceito é arteplex. Vamos ter o 3D, vamos trabalhar com os blockbusters, teremos programação infanto-juvenil, mas também filmes independentes. Haverá momento em que de quatro a cinco filmes serão de arte e outros em que elas vão encolher por conta da demanda, como em janeiro e julho”, detalha Adhemar Oliveira, diretor de programação do Espaço Itaú.
Além da programação usual, a rede promoverá projetos especiais, como a Escola no Cinema e o Clube do Professor, nos mesmos moldes em que opera em todo o Brasil. “A ideia do cinema é que ele seja aberto para a comunidade. Essa é a filosofia que tentamos trabalhar, e dar nossa contribuiçãono sentido de formação de plateia”, diz.
O novo cinema seguirá o mesmo padrão dos complexos de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador e Porto Alegre, que ainda funcionam sob a bandeira do Unibanco. A mudança para Itaú começa a partir de Brasília. Até março de 2012, todos os cinemas da operadora, inclusive o tradicional Unibanco da Rua Augusta, em São Paulo, passarão a adotar a nova nomenclatura.
A expectativa agora é que o Espaço Itaú preencha uma lacuna em Brasília deixada, sobretudo, pelo fim do Cine Academia, desativado após um incêndio que destruiu três das dez salas em maio de 2010. Logo depois deste episódio, o complexo administrado pela família Farani foi vendido e, então, fechado.
Soma-se a esta iniciativa do Espaço Itaú a instalação de outra rede voltada para projeção de filmes de arte: o Cine Cultura, previsto para inaugurar ainda este mês no Liberty Mall.
