Larissa Santiago
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A distribuição de ingressos para o show do Paulinho da Viola que está marcado para a noite desta quarta-feira (4) terminou em confusão. Os ingressos, que deveriam ser retirados gratuitamente na bilheteria do Teatro Nacional às 14h, se esgotaram, segundo as pessoas que estavam no local, em apenas 11 minutos.
Para a funcionária pública Elizabete Campos, 59 anos, o que ocorreu foi uma falta de respeito com o público. “Quando eu cheguei no teatro já tinha muita gente. Alguns amigos meus foram antes para ver se conseguiam buscar, eles chegaram lá 12h e ainda assim não pegaram nenhum”, disse.
Elizabete contou que ficou no teatro até 15h30 aguardando uma posição da Secretaria de Cultura sobre o ocorrido, mas afirmou que ninguém apareceu lá para dar esclarecimentos. “Em um determinado momento apareceu um rapaz que disse que 800 ingressos já haviam sido distribuídos, mas depois disso ninguém mais foi até lá. Teve gente que nem almoçou para poder pegar esses ingressos, teve bastante bate-boca e vai dar confusão hoje à noite”. Indignada, a funcionária pública cobra alguma ação da organização do evento. “Não consigo entender como entregaram tantos ingressos em tão pouco tempo. Tem que ter alguma explicação”.
Com a estudante Scarlett Rocha, 20 anos, a situação foi a mesma. A jovem chegou ao teatro às 13h e mesmo assim ficou sem nenhum ingresso. “Deviam ter umas 400 ou 500 pessoas na minha frente. É impossível eles terem entregado todos esses ingressos em tão pouco tempo”, reivindica.
Scarlett afirma que logo mais à noite irá até o teatro novamente tentar entrar no show. “Vou tentar chegar cedo e vou pra fazer barraco”, garante.
De acordo com a coordenadora do festival, Fátima de Deus, não houve nenhuma confusão na distribuição dos ingressos. “O que aconteceu é que tínhamos 1,1 mil ingressos para distribuir e cada pessoa tinha direito a dois. Duas filas foram formadas, uma preferencial e outra normal. As 250 primeiras pessoas de cada fila pegaram seus ingressos, foi isso o que ocorreu”, explicou a subsecretária de políticias e promoções culturais da Secretaria de Cultura.
Ainda de acordo com Fátima, a sala Villa Lobos tem capacidade para receber 1,3 mil espectadores e que mais 200 cadeiras extras tiveram que ser disponibilizadas para atender a toda demanda do festival. “Chegamos a uma lotação de 1,5 mil. Esses 400 lugares restantes foram divididos entre a secretaria de cultura e de educação, que é nossa parceira no projeto”, esclareceu.
Para a coordenadora, esse tipo de confusão sempre irá acontecer, pois a cidade tem uma demanda reprimida de eventos como esse. “Brasília não tem sala grande, não tem pra onde ampliar e não tem oferta. A aceitação de um evento como esse é grande, ainda mais quando ocorre sua democratização. Estamos tentando trazer o melhor para a cidade. As pessoas tem que entender que sofremos com a limitação no tamanho da sala”, opina.
A distribuição de ingressos dos outros shows do festival ocorrerá, segunda a secretária, da mesma forma como ocorreu nesta quarta-feira (4).
A apresentação de Paulinho da Viola faz parte da programação do primeiro dia do 1º Festival Internacional de Artes de Brasília – FestiArte que irá até o dia 12 fevereiro. O músico irá tocar as músicas que compõem seu disco “Acústico MTV”. No repertório estão canções inéditas e clássicos como “Onde a Dor não tem Razão, Coração Leviano, Dança Da Solidão e Timoneiro”.