
O multi-instrumentista Dillo inicia uma série de shows que marca o lançamento do seu novo trabalho, o CD Jacaretaguá e de uma nova empreitada em sua carreira. As apresentações fazem parte do projeto MusicaRoqueiraPopular.br que envolve seis cidades em várias atividades para apresentar o recente álbum e o DVD Música Roqueira Popular Brasileira. A ação realiza ainda a promoção de bandas com a escolha pelas redes sociais de grupos interessados em fazer o show de abertura do músico em cada cidade contemplada.
O show de lançamento do Jacaretaguá e da turnê será no dia 10 de outubro, às 21h, no Teatro Nacional Sala Villa-Lobos. Na ocasião, o músico lança o novo CD Jacaretagua e os videoclips: W Quilombola, dirigido por Alex Vidigal e Estilhaço, vídeo dirigido por João Paulo Procópio, com montagem de André Luis da Cunha. No dia 20 de outubro é a vez de Ceilândia receber na Casa do Cantador às 20h a turnê MusicaRoqueiraPopular.br . A entrada é franca. Classificação Livre. Informações: (61) 3041-3394
A ideia da organização do projeto MusicaRoqueiraPopular.br é levar para seis cidades uma vasta programação composta por shows, lançamentos de clipes, debates, votações na internet com interação de bandas e o público das cidades onde o projeto vai passar. As cidades escolhidas são: Brasília, Ceilândia (DF), Goiânia (GO), Taguatinga (DF), Gama (DF) e Sobradinho (DF).
Um dos grandes diferenciais do MusicaRoqueiraPopular.br é mesmo a interatividade. Durante as apresentações o público poderá acompanhar o músico por meio da publicação de um diário de viagem em audiovisual na página do artista na internet, com completa cobertura das redes sociais Twitter, Facebook, Youtube e Soundcloud. O internauta viajará junto com a banda do Dillo pelas seis localidades.
O MusicaRoqueiraPopular.br foi idealizado por Dillo, que inclui nesse projeto o lançamento do seu terceiro álbum intitulado Jacaretaguá. O CD destaca o amadurecimento artístico do músico. Em apenas um mês o álbum vazou na internet e registrou mais de 7 mil downloads, graças as redes sociais, que replicaram e divulgaram o link do álbum. Um sucesso junto a nova cena de música auto-produzida no Brasil.
O projeto realiza, além da circulação dos shows, exibição de dois curtas-metragens com trilha sonora do artista, debates sobre o mercado da música, arte, produção e carreira. A cada apresentação nas cidades, um músico local ou banda será escolhida por votação popular para se apresentar com Dillo.
Os debates serão transmitidos ao vivo via streaming, com partes editadas e posteriormente disponibilizadas no Youtube. O circuito vai levar o projeto às cidades de Ceilândia (DF), Goiania (GO), Taguatinga (DF), Gama (DF) e Sobradinho (DF). O projeto é patrocinado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF), da Secretaria de Cultura do Distrito Federal.
Jacaretagua – A guitarra de Dillo soa nervosa, pungente e ainda mais psicodélica em Jacaretagua. Mesmo assim ele discorda quando dizem que seu novo trabalho seja um álbum de guitarrista. Sim, sua virtuose no instrumento é evidente, mas ela não para na guitarra. “Em onze faixas a guitarra aparece em evidência em duas ou três músicas e em trechos curtos” diz o multi-instrumentista. “A guitarra é um dos instrumentos que compõem essa paisagem”. Em Jacaretagua, além dela, a guitarra, ele canta, toca violão, baixo, acordeon, teclados, mpc, talk-box, kaos-pad e percussão. Ele também é responsavel pela produção de efeitos sonoros, seleção de riffs e scratches.
Jacaretagua é um trabalho autoral que leva o ouvinte a refletir sobre temas que vão desde o cotidiano, atualidades, redes sociais, globalização e efeitos nocivos do capitalismo na sociedade. “É um álbum furioso”, classifica Dillo. “É um grito. Eu não tenho a intenção de ser panfletário e tento mostrar por meio da música as coisas que me oprimem e me incomodam”, explica.
É um disco pra se ouvir em alto e bom som. Em cada canção Dillo apresenta timbres, ritmos e melodias que dificultam o hábito do ouvinte de rotular genericamente o trabalho do artista. O rock e a música popular brasileira se mesclam a elementos de ritmos regionais como o maracatu, baião e também a acordes que remetem à influências importantes para ele como os Mutantes, Michael Jackson, AC/DC e até mesmo Tião Carreiro e Pardinho.
Dillo em seu terceiro trabalho mostra toda a sua brasilidade e sua maturidade como artista. Clássicos do cancioneiro popular podem ser redescobertos entre a trama melódica bem montada de Jacaretagua. Talvez por isso o sucesso via internet do disco. Foi rápida a propagação do álbum pelo Brasil e exterior. Antes mesmo de seu lançamento já cativou o público e downloads aos milhares (foram mais de 7 mil em poucos dias) continuam sendo feitos pelo público amante e pesquisador de novos sons e talentos da música.
O álbum Jacaretagua não é composto por canções escritas ao longo da vida de Dillo. Foi um álbum pensado faixa a faixa onde há de certa forma um personagem que entra em cena embalado pelo tom melancólico de “Antena de Bombril”, e que passa por um processo de reflexão sobre a modernidade em “Grito na garrafa”, sua segunda faixa. Em seguida, ele canta o desalento humano que pode ser substituído quando orientado por um “Novo Sol”, título da terceira faixa. “W Quilombola”, quarta-faixa do álbum, fala sobre a opressão da globalização e do capitalismo. O personagem criado por Dillo se mostra à beira da loucura na psicodelia de “Em Cruz Ilhada”, quinta-faixa de Jacaretagua. Na sexta faixa ele aparece contestador na multiplicidade de sons de “Jabazinho”. A sétima faixa, “Jacaretagua” que dá nome ao disco, mostra toda a versatilidade e inicia um novo rumo que virá a seguir com as canções “Pesadelo máster” e “Plano marmita”. A décima faixa funciona mesmo como uma “Sessão do Descarrego” com seus afrobeats e percussão contagiantes . Por fim a desesperança dá lugar à mensagem de renovação espelhada pela voz infantil presente em “Tupi Guaraná”.
“Escrevi um álbum que começa com um tom mais pessimista, de questionamentos e reflexões. À medida que o disco vai evoluindo isso tudo dá lugar a algo mais positivas”, explica Dillo. Ele conta que a pauta do disco não se foca na queixa e sim em “constatações de um personagem que grita contra opressões do atual modo de vida operandi”. Dillo encerra Jacaretagua cantando “digo adeus se acaso for embora vou sorrindo agora até quando eu voltar” e acredita que pode haver “nas cenas dos próximos capítulos esperança de renovação e de que algo novo vem por aí”.
Algumas parcerias foram preciosas para a produção do álbum. Nele Participam Túlio Lima na bateria, Vinícius Correa também nas baquetas em uma das faixas, Igor Cabral e Dido Mariano no baixo, Richelmy Oliveira na percussão, Marcos Valadares no saxofone, Paulo Verissimo na voz junto com Thais Fread e Paulo Ério. Jacaretagua foi gravado no estúdio Orbis por Igor Cabral, Felipe Araujo e Pedro Tavares. A mixagem é de Marcos Pagani. A arte do encarte é de Tiago Pezão. No show a cenografica fica por conta de Dalton Camargos. Participam ainda da composição de duas faixas o compositor Cesar de Paula em “Pesadelo Master” e do jornalista e poeta José Carlos Vieira em “Em Cruz ilhada”.