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Dez escritores de Brasília foram os únicos representantes brasileiros da Feira do Livro de Nova York

Arquivo Geral

22/07/2012 14h18

Andréia Castro
Especial para o Jornal de Brasília

Portando um guia de apresentação com o irônico título “A capital do Brasil não é o Rio. Se você acha que é, está 52 anos atrasado”, dez escritores brasilienses representaram o Brasil, entre 4 e 7 de junho desse ano, na Book Expo America (BEA), a Feira do Livro de Nova York, nos Estados Unidos. Com uma ideia na cabeça e uma caneta na mão, eles garantiram, com exclusividade, seu espaço na exposição mais antiga e completa do país norte-americano ao lançarem obras nacionais traduzidas para o inglês (com dinheiro tirado do próprio bolso).

Com obras que abrangem desde religião até jornalismo policial, o eclético grupo rumou à feira de NYC com passagens compradas por eles mesmos sonhando com a chance de trazer reconhecimento à literatura feita em Brasília.
Publicado pela editora Thesaurus, a iniciativa dos autores é um feito inédito no mundo editorial brasileiro. Pela primeira vez, 10 títulos nacionais (9 lançamentos) foram expostos na BEA com a presença dos seus autores. São eles: Adriana Kortlandt, Marcus Vinicius Bucar Nunes, Clotilde Chaparro, Marcos Linhares, Claudio Navarro, Rosmarie Navarro, Homero Reis, Edna e Levy Santanta, Judivan J. Vieira e o senador Cristovam Buarque.

Um dos diferenciais da exposição nova-iorquina é o fato de os livros não serem colocados à venda. “O público-alvo do evento são pessoas envolvidas no universo editorial, como livreiros, distribuidores e editoras”, afirma Victor Tagore, diretor da Thesaurus. Ele explica que a idéia de levar os escritores nasceu depois de Clotilde comentar que estaria pensando em participar da feira. “Ela ia sozinha. Então, pensei, por que não levamos mais gente? Foi assim que a história toda começou. O próximo passo foi traduzir os livros e conseguir que eles fossem enviados até lá”, revela Victor.

Conseguiram que quase meia tonelada de livros fossem de carona junto com obras da Fundação Alexandre Gusmão. “Batemos na porta de algumas instituições, mas fomos desencorajados a levar o projeto adiante. Tivemos que pular etapas, mas acabou dando tudo certo. Livros traduzidos, estande pronto. Foi um sucesso”, completa o editor.

A aposta deu certo e o grupo voltou à cidade com resultados bastante animadores. “Assinamos três contratos, mas a melhor notícia foi a venda dos nossos livros para mais de 4 mil bibliotecas dos Estados Unidos”, conta Victor.
O escritor Marcos Linhares diz também que as obras estarão à venda nos sites da Amazon, Barnes & Nobles e na loja online da Apple. “É um resultado fantástico visto o pouco tempo que tivemos para organizar a viagem”, afirma. Ele conta o que fazia para divulgar o estande brasileiro durante o evento. “Procurava os livreiros e perguntava se eles já tínham ou conheciam os livros brasileiros. O Brasil está na moda e quase todos com quem conversei se interessaram por nossos livros”, afirma ele.

A comitiva deu diversas entrevistas para a imprensa norte-americana e pouco a pouco conseguiu que Brasília fosse colocada no mapa literário mundial. Segundo eles, os organizadores do evento querem o Brasil como tema da próxima feira. E adiantam que já foram convidados para voltar em 2013. “Dessa vez, vamos com tudo. Quero que nos coloquem em um lugar melhor. Nosso estande ficou localizado no finalzinho da feira”, completa sorrindo a escritora Clotilde Chaparro.  

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