Depois de aberta a temporada de shows internacionais em Brasília, com Paramore, Backstreet Boys e, no último domingo, Cyndi Lauper, uma antiga questão volta a ser discutida: a falta de local adequado para a realização de grandes shows na cidade.
Com o fechamento do Estádio Mané Garrincha para reformas, as únicas opções que restaram para os produtores culturais são Ginásio Nilson Nelson e Centro de Convenções Ulysses Guimarães, que como o próprio nome anuncia, é um espaço para convenções e não para shows.
Com público pagante e ávido por esse tipo de evento, empresários enfrentam esta dificuldade sempre que surge uma turnê internacional com passagem pelo Brasil.
“Brasília tornou-se o terceiro destino desses artistas, concorrendo diretamente com Belo Horizonte e Porto Alegre, mas ainda não dispõe de um local para receber espetáculos de grande porte de nomes da música mundial, como São Paulo e Rio de Janeiro possuem”, ressaltou Rafael Godoy, da Vision Produções, que produziu o show da cantora norte-americana e da banda teen Paramore. “Falta um espaço multiuso, que sirva para eventos esportivos, mas também possa ser utilizado como arena para atividades culturais”, acrescentou.
A produtora Simone Coutinho concorda. Para ela, a cidade carece de casas como City Bank Hall ou Credcard Hall, sediadas nas capitais paulista e carioca. “Uma casa modular, que se adeque ao público esperado e às necessidades do artista seria o ideal”.
Godoy ressalta que, para muitos shows, o Nilson Nelson não é o ideal devido à acústica que o desfavorece. Opta-se, então, pelo Centro de Convenções. “Aí, caímos em outra questão. Se for um show dançante, como o da Cyndi (Lauper), o público quer levantar, dançar, e isso atrapalha quem está atrás, que fica com a visão do palco comprometida”, comenta. “Isso não é um problema da produção, é uma questão de estrutura que não dispomos para oferecer aos espectadores”, pondera.
A única alternativa das produtoras, segundo Simone Coutinho, é investir mais capital em espaços como o estacionamento do Mané Garrincha para se adequar às necessidades do artista. “Para mega espetáculos como o Pop Music Festival, que traz a colombiana Shakira, entre outras atrações (na próxima semana), e o show do Iron Maiden (no fim do mês), temos que fazer ali, porque as outras duas opções não comportam o público e a estrutura física da produção”.
A luz no fim do túnel, por enquanto, para os produtores é a reinauguração do estádio, prevista para dezembro de 2012. De acordo com a Secretaria de Obras do Distrito Federal, a ideia do projeto é fazer do Mané Garrincha uma grande arena multiuso para ser usada tanto para eventos esportivos, como a Copa da Confederações, em 2013, como grandes espetáculos musicais.