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Viva

Cultura africana em fotografias

Arquivo Geral

13/09/2011 23h09

Camilla Sanches
camilla.sanches@jornaldebrasilia.com.br

 

Pernambucano da capital, Recife, o fotógrafo Sérgio Guerra é um cigano aventureiro.  “Não me considero um profissional. Para mim é um trabalho autoral, porque não fotografo comercialmente, nem para publicidade”, diz. O nordestino, de 50 anos, morou em São Paulo e no Rio de Janeiro, antes de se mudar em definitivo para Salvador, na Bahia, nos anos de 1980. No final da década seguinte, começou a viver na ponte-aérea baiana–carioca–africana. Em Luanda, na África, ele mantém uma agência de publicidade, sua outra profissão, e desenvolve um programa de comunicação para o governo de Angola.

 

“Moro na Bahia desde os 16 anos.  Já estava no meu imaginário conhecer a África, mas foi aquela terra que me apresentou o continente africano”, diz ele. “Salvador tem tudo para ser a grande vitrine da África para o mundo. Falta uma política de equilíbrio, apenas, mas já avançou-se muito neste sentido”, acredita Guerra, em entrevista ao Jornal de Brasília. Ele agora se prepara para estrear esta noite a exposição Hereros – Angola, no Museu Nacional da República (Esplanada dos Ministérios).

 

“O processo de seleção e montagem vem acontecendo desde o ano passado. A curadoria coube a Emanoel Araújo, artista plástico e diretor curador do Museu Afro Brasil. Nos conhecemos por conta deste trabalho. Foi ele quem escolheu as 110 fotos que compõem a mostra”, conta.

 

Motivação

 

O fotógrafo explica que decidiu registrar a vida, as atividades, a cultura, os costumes e hábitos dos povos seminômades hereros (das províncias de Namibe e Cuneme) pelo fato de serem eles um dos mais antigos e, também, um dos mais esquecidos do continente africano. “Mesmo lá, em Angola, existe um grande desconhecimento sobre essas populações. No país, que é meu foco, eles se dividiram em grupos, cada um fala uma língua atualmente e tem um modo de vestir próprio”, narra.

 

Os povos hereros vivem espalhados na Angola, Namíbia e Botsuana e são compostos por vários grupos, como os Mukubais, Muhimbas, Muhakaonas, Mudimbas.

 

A estreia, por este motivo, foi na capital angolana, em julho de 2010. Depois de passar pelo Museu Nacional de História Natural, em Luanda, por Lisboa (Portugal), na Perve Galeria, logo em seguida, e pela capital paulista, este ano – no Museu Afro Brasil. A pretensão, agora, é correr todo o território nacional.

 

“Tudo isso começou em 1999, quando fiz as primeiras fotografias. Hoje, moro mais lá do que aqui, definitivamente”. Entre as 30 mil imagens que fotografou durante as suas idas e vindas por aquelas terras, Brasília recebe algumas inéditas. “De um universo de quatro anos de trabalho”, observa Sérgio Guerra.

 

Além da exposição, o fotógrafou também lançou livros, como Duas ou Três Coisas Que Vi em Angola, Nação Coragem, Parangolá, Lá e Cá, Salvador Negroamor e Hereros-Angola, lançado em 2010.

 

Hereros – Angola –  Ensaio fotográfico de Sérgio Guerra. A  partir desta quarta-feira (14) até 23 de outubro. Visitações de terça a domingo, das 9h às 18h30. No Museu Nacional do Conjunto Cultural da República (Esplanada dos Ministérios). Entrada Franca. Informações: 3325-5220.  Classificação livre.

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