Com apenas meia hora de atraso, o quarteto do Creedence Clearwater Revisited começou seu primeiro show na capital federal. Com dois membros da formação original – o baixista Stu Coock e o simpático bateirista, Doug “Cosmo” Clifford – a banda tocou grandes clássicos do rock da década de 70 em um show empolgante, mas que contou com algumas limitações, típicas da falta de tradição da capital para eventos internacionais.
Aos primeiros acordes de Born on The Bayou, boa parte do público de 1,8 mil pessoas levantou-se empolgada. Nesse momento ficou clara a contradição em relizar um show de rock em um teatro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Além dos apelos para que as pessoas permanecessem sentadas, o som não colaborou, parecia baixo e frio. O novo vocalista, o buldogue John Tristan, contagiou com seu bom humor e declarações de amor aos brasilieros.
Com a voz um pouco rouca que lembra (de longe) o timbre original de John Fogerty, Tristan – acompanhado dos também novatos Tal Morris na guitarra além do tecladista e percursionista, Steve Gunner – atenderam a expectativa nostálgica dos seus fãs que pouco se importavam com a idade dos integrantes do Creedence. Como o baterista Cosmo disse me determinado intervalo, “A idade é algo que se encontra entre uma orelha e outra”.
Clássicos como I Heard It Throught the Grapevine, Good Golly Missa Molly, Commotion e Fortunate Son (que quebrou o gelo levantando todos das burocráticas cadeiras) foram acompanhados com palmas, assobios e gritos. Já Susie-Q e Have You Ever Seen the Rain foram praticamente cantadas em uníssono.
Apesar de ter ressaltado que se sentia com 25 anos no momento do show, Cosmo e o novo Creedence não refletiram a mesma força no palco. Mas, apesar disso, da ausência sentida por todos de Molina e dos poucos seguranças que tentavam impedir as manifestações de exaltação dos roqueiros que pagaram (caro) para ver seus ídolos, o show agradou ao público variado que saiu satisfeito.
