Andréia Castro
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Para a coordenadora do Festival Internacional de Filmes Curtíssimos, Josiane Osório, a internet é um espaço de multiplicação e um importante exercício para se construir um novo olhar sobre a produção audiovisual. “A web revolucionou o audiovisual e esse processo é irreversível. Existem filmes belíssimos filmados com a câmera de um celular como é o caso de Teo III – em que o pai filma o dramático nascimento do filho”, conta Josiane.
O filme ganhou o Festival Curtíssimos em 2009. “O mais bacana nisso tudo é o fato de que a tela pequena do celular ou de uma câmera fotográfica que filma em HD não limita a projeção. Este novo momento do cenário audiovisual se autoalimenta e ajuda a indústria de cinema a melhorar, evoluir”, conclui a professora de cinema Josiane.
A websérie candanga RebobinaR tinha a pretensão de mostrar o cotidiano de três amigos com personalidades diferentes que se encontravam para falar de situações engraçadas e momentos de suas vidas. Apesar do canal no YouTube continuar ativo, a série conta com apenas um episódio gravado e o teaser do segundo.
Projeto
O produtor e ator brasiliense Hugo Carvalho e sua equipe não conseguiram levar o projeto adiante. “Era muito independente, gravado em casa, com câmera fotográfica e acabou não dando certo”, explica Hugo. Ele conta que apesar das facilidades, o cenário independente demanda muito tempo e nem sempre vale a pena. O ator revela que ainda sente vontade de voltar a filmar a série, mas já não mora mais em Brasília. “Estou morando em São Paulo agora, mas quem sabe um dia a gente não volte a se reunir”, finaliza Hugo.
As câmeras agora são incrivelmente leves e se tornaram uma verdadeira extensão do diretor. A filmagem digital possibilita a edição do que está sendo filmado simultaneamente à captura, transformando completamente a relação entre o cinegrafista e o produto audiovisual.
Já não é mais necessário economizar em quadros, nem gastar fortunas para gravar pequenos vídeos. O baiano Glauber Rocha e o movimento do Cinema Novo, idealizado na década de 1960, queriam mostrar que os brasileiros também eram capazes de fazer grandes filmes sem efeitos-especiais ou grandes somas de dinheiro. O cineasta queria dar ao cinema nacional uma cara nova, uma cara de Brasil. O sonho de Glauber nunca esteve tão perto de ser concretizado.