Michel Toronaga
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Para quem parou no tempo, música dos jogos eletrônicos é sinônimo apenas de composições simples e sintetizadas. Mas a verdade é que, com o avanço tecnológico, as melhorias nos videogames não foram apenas nos gráficos, mas também nas trilhas sonoras. Amanhã, a Orla Clube de Engenharia (Setor de Clubes Sul) recebe mais uma edição do Video Games Live (VGL), um concerto internacional com repertório formado por temas que divertiram e divertem os jogadores.
A turnê 2012 começa em Brasília e depois segue para o Rio de Janeiro e São Paulo. Kathia Pinheiro, spalla da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, foi a responsável por escolher a equipe de 50 músicos que subirá no palco. São 30 instrumentistas e 20 vozes para o coral. “As músicas são maravilhosas, bem escritas e com arranjos ricos. É um projeto maravilhoso”, elogia.
Kathia tocou em uma edição do evento e se surpreendeu. “Fiquei maravilhada porque durante o concerto tem projeções e pessoas que jogam ao vivo. É muito dinâmico”, comenta ela. Além de efeitos especiais de iluminação, a atração terá momentos interativos com o público.
A edição de Brasília terá a presença de atrações internacionais, como Laura Intravia e Emmanuel Fratianni (da trilha de Amazing Spider-Man), e Neal Acree (compositor de sucessos como World of Warcraft, StarCraft e Diablo).
A excitação é evidente nos gamers. O bancário Antonio Carlos Calvache, de 36 anos, está de ingresso comprado. “Já fui a outros dois shows do VGL: um aqui em Brasília e outro em São Paulo”, conta o fã, que joga videogame desde a infância e, atualmente, em média quatro dias por semana.
Composições
Antonio admira as trilhas dos jogos NiGTHS: Journey of Dreams, Castlevania: Dawn of Sorrow, The Legend of Zelda e Super Mario Galaxy. Neste último, ele recomenda o tema da fase Gusty Garden Galaxy. “As músicas dos games de plataforma do Mario sempre se destacaram por complementar a jogabilidade com perfeição, mas confesso que em alguns momentos precisei parar de jogar para apreciar essa obra de arte”, elogia.
“O número de pessoas que consideram a game music um conjunto de sons eletrônicos, formados por “blips” e “blops”, diminuirá drasticamente com a mudança de geração”, acredita ele. “Sabemos que esse conceito tem origem nas já ultrapassadas limitações técnicas de hardware e software e, nesse aspecto, um show como o VGL pode ser muito importante, principalmente por acelerar esse processo de “descobrimento” e divulgação do gênero”, explica.
Outro fã que estará presente é o desenvolvedor de software Farley Santos, 25, que tem oito videogames. “O ponto mais alto é o apresentador, o Tommy Tallarico. Ele é muito carismático”, elogia. Farley considera como melhores os compositores Motoi Sakuraba, das séries Valkyrie Profile, Eternal Sonata e Star Ocean; Yoko Shimomura, de Kingdom Hearts, Legend of Mana e Street Fighter; e Masashi Hamauzu, de SaGa e alguns títulos da série Final Fantasy.
O repertório do evento é sempre um mistério e Sergio Murilo, representante do VGL na América Latina, prefere não dizer o que será tocado para não estragar as surpresas. Como fã, Farley critica a escolha das músicas das edições passadas: “Eu acho ocidental demais. Eu gostaria de mais canções orientais. Por exemplo, teve um VGL que teve três músicas do Halo em seguida”, cita.
Serviço:
Video Games Live – Amanhã (13), às 19h30. Na Orla Clube de Engenharia (Setor de Clubes Sul). Ingressos: R$ 150 (camarote Guitar Hero), R$ 100 (cadeira Super Mario), R$ 80 (cadeira Sonic) e R$ 60 (cadeira Zelda). Valores referentes a meia-entrada. Informações: 8432-3661. Classificação livre.