Mateus Baeta
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Sabe aquela música que você ouvia no radinho de pilha de sua “secretária do lar” e, anos depois, descobre, cantarolando no chuveiro, que sabe a letra inteira? É bem provável que ela esteja no repertório do show que a banda Brega & Rosas faz hoje, no Velvet Pub (102 Norte), em festa marcada para as 22h desta quinta-feira (18).
Com canções de Reginaldo Rossi, Odair José, Wando e Chitãozinho & Xororó no set list, o slogan do show bem que poderia ser: tudo o que você sempre quis escutar, mas nunca teve coragem de admitir. A ideia de Harrison Azevedo (guitarra), Igor Silveira (teclados), Vítor de Moraes (bateria e voz), Samir Mello (baixo) e Fernando Cabral (voz e guitarra) é não apenas se divertir, mas criar, literalmente, um ambiente sem vergonha durante as apresentações.
Liberada das amarras sociais, a plateia pode, se tiver vontade, cantar errado as letras das músicas, gritar histericamente, entoar o famoso coro “Toca Raul!” ou até atirar calcinhas no palco. “O bom de um show brega é que você pode ir de pantufas e dizer que gosta de ‘mortandela’ que ninguém vai te julgar por isso”, brinca o guitarrista Harrison.
Os próprios músicos incentivam o comportamento duvidoso. Eles se vestem com camisas de estampas digamos “fora de moda”, abusam de bigodes e acessórios brilhantes e incitam o público a fazer o mesmo, distribuindo durante o show óculos de armações cômicas e penduricalhos luminosos. “Não dá para passar vergonha sozinho, então a gente pede para que o público nos acompanhe”, conta Harrison.
À exceção, claro, de qualquer tipo de violência, não existe comportamento inadequado em um show do Brega & Rosas. “Não consigo pensar em nada, mas se passar dos limites, pode deixar que eu aviso”, garante o vocalista Fernando Cabral, já acostumado com as exageradas reações de carinho a um repertório que é adorado por brasileiros de todos os tipos. “O objetivo é esse mesmo: fazer as pessoas se soltarem”, completa Cabral.
Salada musical
O rótulo brega fica mais por conta da postura e do jeito de apresentar as músicas. Os próprios integrantes têm dificuldades para definir o que é brega. “O Igor (Silveira) sugeriu e nós incluímos no repertório músicas de Roberto Carlos, que eu considero clássico”, conta Harrison.
Assim, há espaço para artistas tão diferentes quanto Ritchie, sucesso nos anos 80 com Menina Veneno, e o obscuro Alípio Martins, cantor paraense já falecido que fez sucesso durante a moda da lambada e compôs uma improvável canção batizada de Piranha.
Tudo isso em ritmo de rock, pop, surf music, MPB e o que mais soar apropriado. “Quem for ao show ainda vai ouvir trechos de músicas de Michael Jackson e Strokes”, jura Harrison Azevedo
Antes do show, o DJ Ricardo Pipo, do grupo de comédia Melhores do Mundo, aquece a pista de dança com pérolas do cancioneiro popular, em repertório que ele mesmo classifica como “bisonho”.
A apresentação da banda Brega & Rosas está prevista para começar às 23h. Depois, DJ Negão e Perdidos DJ Project dão sequência à festa, com ênfase em rock e pop de todos os tempos e estilos.
Os ingressos para a festa custam R$ 10, até as 23h, e R$ 15, após esse horário. O Velvet Pub fica na 102 Norte.