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Começa hoje a mostra cinematográfica idealizada por Antonio Banderas

Arquivo Geral

25/09/2012 10h01

O Instituto Cervantes apresenta a mostra cinematográfica Realismo no Cinema Espanhol idealizada pelo renomado ator e diretor espanhol, Antonio Banderas, para itinerar pela rede de centros do instituto no mundo.

 

Realismo no Cinema Espanhol apresenta um panorama sobre a realidade de uma Espanha entre os anos 50 e 60 que se movia entre a frustração e a esperança, entre a grandeza e a miséria, entre a ilusão e a resignação de mulheres e homens presos por circunstâncias de uma ditadura repressiva e de um isolamento internacional.

 

A mostra, composta de dez filmes, iniciou sua trajetória em Nova York no ano de 2010 e já passou por Berlim, Shangai, Bucareste, Casablanca, Istambul, Leeds, Gibraltar, Manchester, Manila, Nova Deli, Praga, Sidney e Viena. No Brasil estreou em Belo Horizonte e agora, entra em cartaz em Brasília, de 18 a 28 de setembro, com entrada franca.divulgação

 

Antonio Banderas é membro do conselho assessor do Cervantes nova-iorquino, e relata que quando chegou aos Estados Unidos se deu conta de que havia um desconhecimento quase total do que tinha sido o realismo espanhol entre os anos 50 e 60 por problemas basicamente políticos. “O público terá a possibilidade de ver alguns dos títulos mais emblemáticos do realismo no cinema espanhol, nos quais mestres como Luis García Berlanga, Marco Ferreri e Juan Antonio Bardem retrataram a dureza da vida na Espanha em meados do século XX”.

 

O cinema espanhol aterriza na década de 50 com a intenção de concretizar-se. Após o período de produção no quadro político e cultural do franquismo – regime político aplicado na Espanha entre 1939 e 1976, durante a ditadura do general Francisco Franco -, cineastas e cinéfilos com aguçada consciência social e um referencial estético nutrido pelos códigos do realismo europeu se propõem a fazer um cinema diferente.

 

Partindo de um marco de filmes tradicionais, próximos a personagens do cotidiano e familiar, o imaginário que surge desse cinema se converteu em uma referência palpável da cinematografia clássica espanhola. As histórias narradas acolhem personagens, espaços e histórias que não haviam sido convocados pelo cinema anterior dando-lhes um olhar integrador e progressista. “Se trata de uma época na qual aconteceu algo inovador, e de repente os cineastas começam a confrontar o regime baseando-se apenas em sua imaginação, com a qual ludibriaram a censura”, explica Banderas.

 

Estes filmes encontraram um público que iam aos cinemas para se divertir, rir e pensar, mas, acima de tudo, para sonhar com histórias que acabavam por ser próximas, que se viam a partir de uma intimidade que evitava o melodrama e encontrava na comédia trágica a forma mais adequada para representar a realidade daqueles anos.
Cineastas como Luis Garcia Berlanga, Carlos Saura, José Nieves Conde, Fernando Fernán Gómez, Marco Ferreri e Juan Antonio Bardem souberam superar a censura com inteligência e humor ácido para retratar o sofrimento de um país triste e ferido pela Guerra Civil e pela Segunda Guerra Mundial.

Todos os filmes terão legenda em português e serão apresentados pelo jornalista espanhol, José Manuel Rambla.A

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