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Viva

Clara Nunes será homenageada no cinema

Arquivo Geral

10/02/2011 15h00

“O mar serenou quando ela pisou na areia. Quem samba na beira do mar é sereia”, a para sempre sereia brasileira, Clara Nunes, nos deixou no dia 2 de abril de 1983. Seu samba, sua cor, sua religiosidade, tudo isso ficou saudosamente incrustado na mente e corações dos brasileiros. Matar a saudade dessa grande expoente da cultura afro-brasileira ficará um pouco mais fácil, pois Cristiana Grumbach, diretora do documentário As Cartas Psicografadas de Chico Xavier, encabeça um novo trabalho, o de homenagear Clara, com a idealização de Juliana Tolentino, atriz e produtora de cinema.

 

Um filme híbrido entre documentário e ficção, foi a solução que a diretora arranjou para a idéia de Juliana. “Quando a ela (Juliana) veio até mim e propôs fazermos um filme sobre a Clara, eu topei na hora”, comenta Cristiana. “Não queria fazer uma biografia no sentido clássico, por isso, resolvemos fazer essa mistura de linguagens”, completa.

 

A musicalidade da cantora é o ponto alto do filme. “Mostraremos a trajetória musical de Clara. De sua saída de Minas Gerais até alcançar o seu sucesso por esforço próprio. Foi a primeira mulher brasileira a vender 100 mil cópias de discos”, ressalta Cristiana.

 

Juliana Tolentino, idealizadora do projeto, tem uma relação bem íntima com a cantora. “Sou de Paraopeba, cidade da Clara. Desta forma, sempre quis retratar a vida dela no cinema”, revela Juliana, que, também interpretará a cantora no filme. “Vamos mostrar a Clara como uma das maiores expoentes da cultura nacional. Suas fases musicais e, principalmente o samba”, comenta. “Será um prazer imenso interpreta-la”, emociona-se a atriz.

 

De acordo com Cristiana, o processo de produção do longa-metragem está em fase final, e, as filmagens começam ainda neste semestre. “Estamos na fase final de organização da papelada. Temos a autorização verbal do Paulo César Pinheiro, viúvo e detentor dos direitos musicais e de imagem dela. Mas ainda falta formalizarmos”, adianta a diretora. “Assim que formalizarmos, vamos começar a filmar. A primeira locação será em Minas”, revela Cristiana.

 

Juliana esteve em Caetanópolis, cidade natal de Clara, e conversou com a família da Clara. “A família está muito feliz com esse projeto”, comenta.

 

O lançamento do filme está previsto para o primeiro semestre de 2012. “São várias fases de produção. Até o lançamento teremos muito trabalho”, finaliza Cristiana.

 

No interior mineiro, Clara nasceu em Caetanópolis, onde viveu até os seus 16 anos. Filha mais nova de sete irmãos, ela recebeu o dom musical de seu pai, o violeiro Mane Serrador, que participou durante muito tempo da Folia de Reis local. Mudou-se para Belo Horizonte, onde conheceu o violonista Jadir Ambrósio, que, admirado com a voz de Clara, a levou ao programa de rádio Degraus da Fama. Vencedora do concurso A Voz de Ouro ABC, Clara Francisca, mudou de nome, como também, para o Rio de Janeiro. Lá, apresentou-se nos programas televisivos de José Messias, Chacrinha, Almoço Com as Estrelas e Programa de Jair do Taumaturgo, antes de aderir ao samba.

 

Pesquisadora da cultura popular e folclore brasileiro, ela chegou a excursionar por alguns países africanos, levando um pouco do Brasil àqueles países. Converteu-se à Umbanda, fato que marcou sua música, e, gravou diversos sambas-enredo da Portela, sua escola de samba de coração.

 

No começo deste mês, Clara foi homenageada pela Portela com um busto exposto na quadra da escola.

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