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Cinema

“Violeta, A Valente”: um retrato musical do Cerrado e da diversidade cultural no Distrito Federal

Documentário revela a trajetória de um instrumento que captura a essência da expressão artística e a conexão com as comunidades locais

Tamires Rodrigues

20/09/2024 16h29

domingos de salvi grava trilhas do documentário violeta a valente foto de daniel choma 03

Foto: Divulgação/Daniel Choma

Com uma narrativa envolvente de 40 minutos, o documentário “Violeta, A Valente” conta a jornada de uma viola única, desde sua criação até seu encontro com artistas e violeiros renomados do Distrito Federal. Dirigido por Domingos de Salvi e Daniel Choma, o filme não apenas apresenta performances musicais, mas também destaca a construção e a alma desse instrumento, que é símbolo da riqueza cultural do Cerrado.

A protagonista do filme, Violeta, foi criada com madeiras nobres, como jacarandá violeta, mogno e abeto, e ornamentada com a marchetaria inspirada nas flores do Cerrado. Construída pelo luthier Sousa Coelho, a viola reflete a diversidade musical do Distrito Federal, conectando-se à tradição de violeiros como Zé Mulato e Cassiano, Dayane Reis e Claudinho da Viola. O projeto, realizado com o apoio de vários coletivos culturais e da Escola de Música de Brasília, é um tributo à musicalidade da região e à capacidade do instrumento de se adaptar a diferentes estilos, como a viola caipira e repentista.

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Dayane Reis em entrevista ao documentário. – Foto: Divulgação/Daniel Choma

Em entrevista exclusiva ao Jornal de Brasília, Domingos de Salvi explicou que a escolha de colocar a viola no centro da narrativa veio da vasta produção musical da equipe em torno do instrumento. “Queríamos trazer à tona os sentimentos que a viola provoca nas pessoas e os detalhes que envolvem sua construção”, afirmou o diretor. Para ele, a Violeta foi pensada para acolher diferentes tradições, sendo uma “viola migrante, que reflete a essência multicultural de Brasília”.

A identidade de Violeta foi construída em duas etapas. A primeira envolveu a escolha dos materiais e ornamentos que representassem o Cerrado. Já a segunda, como contou Domingos, surgiu das reações dos músicos que tocaram o instrumento durante as filmagens. “O processo de construção da identidade de Violeta ainda está em curso, à medida que ela ganha vida nos palcos e nas telas”, disse ele.

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Zé Mulato e Cassiano em entrevista ao documentário. -Foto: Divulgação/Daniel Choma

Uma das grandes preocupações da equipe foi garantir a acessibilidade do filme. O DVD conta com recursos como legendagem descritiva, LIBRAS e audiodescrição, permitindo que públicos diversos tenham acesso à história de Violeta. A estreia do filme aconteceu na Biblioteca Braille Dorina Nowill, em Taguatinga, e foi recebida com grande entusiasmo.

Domingos acredita que “Violeta, A Valente” deixará um legado importante para a música e a cultura do Distrito Federal. “O filme mostra a versatilidade da viola e sua capacidade de transitar entre diferentes estilos musicais”, disse ele, além de dar visibilidade à crescente participação de mulheres no universo da viola. Segundo o diretor, o filme marca “um período fértil para a música na capital” e serve como inspiração para outros segmentos culturais.

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Claudinho da viola em entrevista ao documentário. – Foto: Divulgação/Daniel Choma

O documentário está disponível no site oficial da Câmara Clara e em plataformas como YouTube e Vimeo, com versões acessíveis para download.

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