O segundo longa de André Antônio, “Salomé”, fará sua aguardada estreia na mostra competitiva do 57º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, entre 30 de novembro e 7 de dezembro. A produção, assinada por Dora Amorim, Júlia Machado e Thaís Vidal, do coletivo Surto & Deslumbramento e da Ponte Produtoras, chegará aos cinemas pela Vitrine Filmes.
A trama segue Cecília, uma jovem modelo que retorna a Recife para passar o Natal com a mãe. Ao reencontrar João, um antigo vizinho, ela é apresentada a uma substância misteriosa e se vê envolvida em uma seita centrada na figura de Salomé, a infame princesa bíblica. Para o diretor, a participação no festival é motivo de celebração, destacando a tradição do evento em abraçar propostas estéticas ousadas e inovadoras.
A produtora Dora Amorim sublinha a importância da estreia em Brasília, celebrando o retorno do festival com força total e a oportunidade de exibir um filme que mescla cor, música e uma história de amor queer. Antônio, cujas obras exploram buscas de prazer e paraísos pessoais, revela que a ideia para “Salomé” surgiu após concluir “A Seita”. Inspirado pela peça de Oscar Wilde, o diretor adaptou a essência da história para o cenário recifense, refletindo suas próprias vivências e desafios.
O filme presta homenagem a cineastas como José Mojica Marins e Kenneth Anger, evocando um tom de Melodrama Camp e referências ao cinema como experiência mística. “Salomé” destaca ainda um elenco notável, incluindo figuras como Renata Carvalho e Aura do Nascimento. O longa se distancia da temática da transição de gênero e violência, oferecendo um espaço criativo para personagens trans em uma narrativa inovadora.
