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Cinema

Festival de Brasília celebra 60 anos com abertura marcada por diversidade e formação de público

Cerimônia de abertura destacou o equilíbrio entre tradição e inovação, com curadoria ampla e ações para democratizar o acesso ao cinema

Aline Teixeira

13/09/2025 10h18

foto michelle moreira

Foto: Divulgação/Michelle Moreira

Brasília deu início, na noite desta sexta-feira (12), à 58ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que este ano também celebra os 60 anos do evento. A solenidade de abertura, realizada no Cine Brasília, reuniu cineastas, críticos, estudantes e autoridades, marcando o início de nove dias de programação intensa, com exibições, debates, oficinas e homenagens a grandes nomes do cinema nacional.

Para o diretor artístico Eduardo Valente, o desafio de conciliar diversidade com curadoria de qualidade não é mais um obstáculo, mas uma consequência natural do crescimento da produção audiovisual brasileira.

“Hoje em dia isso já não é um problema para quem trabalha com curadoria, porque você tem uma quantidade muito grande de opções. O Brasil produz uma variedade naturalmente enorme. Este ano vamos exibir em torno de 20 longas e tivemos quase 250 inscritos. Então não há medo de não ter bons filmes para passar. Já que temos filmes bons de vários tipos, por que não privilegiar que sejam os mais diversos possíveis — em origem, autoria e temáticas?”, afirma.

Eduardo também destacou que a programação deste ano foi pensada para marcar de forma única o aniversário de seis décadas do festival, com um recorte histórico concentrado no primeiro fim de semana. “Essa tendência de concentrar filmes sobre a história do Brasil e do cinema brasileiro logo no início é algo que não necessariamente vai se repetir, porque foi pensado para este marco. Além disso, conseguimos trazer dois júris muito especiais para a Mostra Kaleidoscópico — um júri de críticos internacionais e outro de estudantes da UnB — o que ajuda a mostrar a relevância dessa competição dentro do festival.”

A diretora-geral Sara Rocha ressaltou o esforço para descentralizar as exibições e fortalecer as políticas de formação de público. “Este ano, a programação abraça todo o Distrito Federal. Temos sessões no Cine Brasília, mas também em Ceilândia, Gama e Planaltina, inclusive com júri popular, para integrar o público às obras. O festival também está mobilizando quase 5 mil alunos da rede pública, com transporte subsidiado, para que iniciem sua jornada cinematográfica e comecem a formar sua consciência audiovisual”, explica.

Sara reforça que o equilíbrio entre tradição e renovação é o grande fio condutor desta edição: “Buscamos contemplar a enorme dimensão simbólica acumulada ao longo dessas seis décadas, com homenagens e exibições de clássicos, mas também abrindo espaço para novos formatos e olhares contemporâneos. A programação foi ampliada para dar visibilidade a mais filmes e fazer com que o público se reconheça na tela, tudo dentro desse mesmo caldeirão ao longo dos nove dias.”

A cerimônia também prestou tributo a Fernanda Montenegro, homenageada com o Troféu Candango pelo conjunto da obra, relembrando sua participação na primeira edição do festival, em 1965.

Com 80 filmes no total, entre mostras competitivas e paralelas, o Festival de Brasília segue até o dia 20 deste mês, consolidando-se como um dos principais espaços de reflexão, memória e experimentação do cinema nacional.

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