A noite de sexta-feira (12) no Cine Brasília foi marcada por emoção e aplausos prolongados. Em uma sessão lotada, Kleber Mendonça Filho subiu ao palco da sala Vladimir Carvalho acompanhado de parte do elenco de O agente secreto, filme escolhido para abrir o 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Entre os presentes estavam Maria Fernanda Cândido, Alice Carvalho, Laura Lufési e Isábel Zuaa, além de outros realizadores que ajudaram a dar vida ao longa.
Recebido com entusiasmo pelo público, Kleber relembrou sua longa trajetória de afeto com o festival: “Vim pela primeira vez ao Festival em 1998 como jornalista e crítico. Durante muitos anos ocupei esse lugar, até que aos poucos fui trazendo meus filmes para esta sala magnífica, uma das grandes salas de cinema do mundo”. O cineasta já apresentou na capital títulos como Vinil verde, Noite de sábado manhã de domingo, Recife frio, Retratos fantasmas e O som ao redor. Este ano, destacou ainda a emoção de ver seus curtas revisitados em mostra dedicada.
Sobre O agente secreto, vencedor em Cannes e protagonizado por Wagner Moura, o diretor revelou que a narrativa, inicialmente pensada como um recorte de época, acabou por refletir os últimos dez anos da realidade brasileira. “Felizmente, estamos em um momento muito melhor agora, principalmente com o que aconteceu nesta semana. Estive recentemente nos Estados Unidos e ouvi de amigos americanos que o Brasil hoje é um exemplo de como as coisas podem funcionar sob a ótica da justiça”, afirmou Kleber, visivelmente emocionado.
