De 25 a 28 de agosto, o Cine Brasília será palco da mostra “Nous, Cosmopolites: Subúrbios do Cinema Francês”, que integra a programação oficial da Temporada Brasil-França 2025. Com entrada gratuita, o evento exibe dez filmes — entre ficções e documentários — que retratam os subúrbios franceses e suas realidades sociais, culturais e políticas ao longo das últimas seis décadas.
A mostra é uma realização conjunta com o Festival des 3 Continents, sediado em Nantes (França), e o Institut Français, com curadoria do diretor artístico Jérôme Baron. A seleção percorre obras que abordam temas como juventude, imigração, desigualdade urbana e identidade, com foco nas periferias francesas.
O filme de abertura, exibido em sessão dupla no dia 25, às 17h, revisita as revoltas sociais de 2005 em Clichy-Montfermeil. Em 365 Dias em Clichy-Montfermeil (2006), o cineasta Ladj Ly — posteriormente premiado por Os Miseráveis — documenta, de dentro das comunidades, o cotidiano em meio aos confrontos entre moradores, imprensa e forças policiais. Na sequência, Clichy Como Exemplo (2006), da diretora Alice Diop, retorna ao mesmo cenário seis meses após os protestos, registrando a vida e as inquietações dos moradores.
Ainda na segunda-feira, às 19h, o público poderá assistir a O Amor Ainda Existe (1961), primeiro grande trabalho de Maurice Pialat, que retrata os subúrbios no pós-guerra. O longa será seguido por 93, A Bela Rebelde (2010), de Jean-Pierre Thorn, que mistura política e música para pintar um retrato da região de Seine-Saint-Denis.
Na terça-feira (26), às 17h, entra em cena Samia (2000), de Philippe Faucon, que narra a trajetória de uma jovem franco-argelina em busca de independência. Às 19h, será exibido A Esquiva (2003), de Abdellatif Kechiche, vencedor do prêmio César de Melhor Filme, com um elenco jovem ensaiando uma peça clássica em meio à vida nos subúrbios.
A programação de quarta-feira (27) tem início às 17h com Andalucia (2007), de Alain Gomis, sobre a identidade e os conflitos internos de um jovem periférico. Às 19h, acontece a exibição de Escute as Vozes (2024), longa de estreia de Maxime Jean-Baptiste, que acompanha um jovem da periferia parisiense em visita à avó na Guiana Francesa. Após a sessão, haverá um debate com o curador Jérôme Baron e o pesquisador Allex Medrado, doutor em Artes Visuais pela UnB.
O encerramento da mostra acontece na quinta-feira (28) com duas produções que exploram as identidades negras na França contemporânea. Às 16h, será exibida a comédia política Sou Francês e Preto (2020), de Jean-Pascal Zadi e John Wax, que acompanha um ativista tentando organizar a maior marcha negra da história do país. Às 18h, a mostra se despede com Wesh Wesh, o que foi? (2001), de Rabah Ameur-Zaïmeche, um retrato cru da exclusão social e da violência institucional nos subúrbios franceses.
Com uma programação que alia cinema de qualidade e reflexão social, Nous, Cosmopolites propõe ao público brasiliense um olhar sensível e crítico sobre as múltiplas faces da França contemporânea.
Programação completa:
SEGUNDA-FEIRA, 25/08
17h00 — 365 Dias em Clichy-Montfermeil + Clichy Como Exemplo
19h00 — O Amor Ainda Existe + 93, A Bela Rebelde
TERÇA-FEIRA, 26/08
17h00 — Samia
19h00 — A Esquiva
QUARTA-FEIRA, 27/08
17h00 — Andalucia
19h00 — Escute as Vozes + debate com Jérôme Baron (curador) e Allex Medrado
QUINTA-FEIRA, 28/08
16h00 — Sou Francês e Preto
18h00 — Wesh Wesh, o que foi?
MOSTRA “NOUS, COSMOPOLITES” NO CINE BRASÍLIA
Quando: 25 a 28 de agosto
Onde: Asa Sul Entrequadra Sul 106/107 – Brasília, DF, 70345-400.
Ingressos: Gratuitos