O longa-metragem A Natureza das Coisas Invisíveis, dirigido pela brasiliense Rafaela Camelo, foi selecionado para o 53º Festival de Cinema de Gramado, que acontece entre os dias 13 e 23 de agosto de 2025. Reconhecido como um dos principais festivais do audiovisual brasileiro, o evento será o palco da estreia nacional de um dos títulos mais sensíveis e elogiados da recente safra do cinema independente.
Com trajetória internacional consolidada, o filme já passou por importantes festivais e acumulou reconhecimentos relevantes.
Em fevereiro deste ano, integrou a Seção Generation Kplus do Festival de Berlim. Também recebeu o Prêmio de Melhor Filme do Júri Infantil no 43º Festival Internacional de Cinema do Uruguai, uma Menção Especial do Júri na Competição Ibero-Americana do 51º Festival Internacional de Cinema de Seattle (SIFF) e o prêmio Outstanding First Feature no Frameline49 – Festival Internacional de Cinema LGBTQ+ de São Francisco.
No Brasil, o lançamento está marcado para o dia 27 de novembro, dentro do projeto Sessão Vitrine Petrobras, iniciativa dedicada à distribuição de produções independentes brasileiras, realizada pela Vitrine Filmes com patrocínio da Petrobras.

Uma fábula sobre o invisível e o inevitável
Em seu primeiro longa-metragem, Rafaela Camelo apresenta um enredo poético e tocante, centrado na amizade de Glória e Sofia, duas meninas de dez anos que se conhecem durante uma internação hospitalar. Unidas pelo desejo de escapar daquele ambiente, elas embarcam em uma jornada íntima que atravessa temas como vida, morte e descobertas infantis, confrontando verdades que os adultos tentam suavizar.
O roteiro, dividido em duas partes, uma no hospital e outra em um refúgio no interior de Goiás, propõe uma estrutura metafórica, como explica a diretora:
“É como se o filme, da forma como foi apresentado, tivesse que morrer para outro nascer. Essa transformação acompanha o percurso das protagonistas e reflete a essência do projeto”, afirma Camelo.
Inspirado em lembranças pessoais da infância, o longa parte de um questionamento recorrente na trajetória da diretora:
“Guardo uma lembrança muito nítida de, quando criança, sentir curiosidade sobre a morte e, ao mesmo tempo, me sentir estranha por ter esse interesse. Muitas perguntas passaram pela minha cabeça, perguntas que na época eu não tinha a liberdade de fazer”, relata.
Com delicadeza e profundidade, A Natureza das Coisas Invisíveis se consolida como uma obra que propõe novas formas de representar o universo infantil no cinema nacional, abrindo espaço para sentimentos complexos e temas muitas vezes silenciados.