A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF), em parceria com o Instituto Alvorada Brasil, anunciou a programação oficial do 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O evento, considerado a mostra cinematográfica mais tradicional do país, ocorrerá entre 12 e 20 de setembro no Cine Brasília, com atividades também em Planaltina, Gama e Ceilândia.
A edição de 2025 marca os 60 anos do festival, que teve início em 1965 como Semana do Cinema Brasileiro, e traz formato ampliado, incluindo nove dias de exibições e um longa-metragem adicional nas mostras Competitiva Nacional e Brasília. Ao todo, serão exibidos 80 filmes distribuídos em seis mostras: Competitiva Nacional, Mostra Brasília, Caleidoscópio, Festival dos Festivais, Coletivas Identidades e História(s) do Cinema Brasileiro, além do Festivalzinho e sessões especiais.
O secretário de Cultura e Economia Criativa, Claudio Abrantes, ressaltou a relevância do festival e a importância do planejamento de longo prazo. “A partir de uma inovação jurídica, conseguimos fazer um contrato de três anos que possibilita maior planejamento e captação. Como consequência, devolvemos ao festival sua posição de protagonismo, junto a outros grandes eventos, como o de Gramado”, disse. A diretora-geral do evento, Sara Rocha, acrescentou que a continuidade beneficia curadoria, visibilidade e operação do festival.
O diretor artístico Eduardo Valente destacou a diversidade geográfica e temporal das obras selecionadas. “As obras cruzam séculos da história brasileira, do passado mais remoto a possíveis futuros, buscando traços fundamentais de nossa formação como nação, chamando atenção para suas contradições e injustiças”, afirmou.
A Mostra Competitiva Nacional contará com sete longas e 12 curtas, enquanto a Mostra Brasília exibirá cinco longas e 11 curtas, distribuindo R$ 298.473,77 em prêmios por meio do 27º Troféu Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Os filmes das mostras competitivas receberão cachês de R$ 30 mil para longas e R$ 10 mil para curtas, com remuneração também para obras exibidas nas mostras paralelas.
Entre os destaques da abertura, o público verá “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, com Wagner Moura, premiado em Cannes e Lima. O encerramento terá “A Natureza das Coisas Invisíveis”, de Rafaela Camelo, exibido em importantes festivais internacionais.
Mostras paralelas e sessões especiais
A mostra Caleidoscópio apresentará cinco longas que desafiam convenções de gênero cinematográfico. A Festival dos Festivais reunirá cinco documentários premiados em eventos de 2025. A inédita Coletivas Identidades abordará conflitos sociais e religiosos, enquanto História(s) do Cinema Brasileiro exibirá três longas sobre gerações de cineastas nacionais.
Sessões especiais celebrarão personalidades como Cacá Diegues, Sérgio Mamberti e Lúcia Murat, e prestarão homenagem ao crítico e cineasta Jean-Claude Bernardet. Também haverá apresentações de clássicos restaurados, como “Terceiro Milênio”, e mostras especiais de filmes de Kleber Mendonça Filho e cinema brasiliense.
Homenageados e prêmios
A veterana atriz Fernanda Montenegro receberá o Troféu Candango pelo conjunto da obra. O Troféu ABCV será concedido ao ator brasiliense Chico Sant’Anna, o Prêmio Leila Diniz à cineasta Lúcia Murat, e a Medalha Paulo Emílio Salles Gomes à pesquisadora Ivana Bentes.
O festival também confirma a 7ª edição do Ambiente de Mercado, voltado para pitchings e negócios do setor audiovisual, e a Conferência Nacional do Audiovisual, aberta ao público, retomando debates sobre políticas públicas para o cinema.
O 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro reafirma seu papel como plataforma para múltiplos olhares sobre a sociedade e a história do país, mantendo tradição, diversidade e inovação na cena cinematográfica nacional.
Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF)
