Um dos maiores atores brasileiros, Othon Bastos é homenageado a partir de hoje com retrospectiva de 13 filmes
que pontuam todas as fases de sua carreira cinematográfica.
A mostra O Cinema de Othon Bastos é uma oportunidade rara de ver (ou rever) clássicos do cinema nacional estrelado pelo ator, como São Bernardo, Capitu, Os Deuses e Os Mortos e a dobradinha Glauber Rocha: O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro e Deus e o Diabo na Terra do Sol. Neste último, destaca-se particularmente a inesquecível cena do personagem de Othon fazendo uma prece e empunhando a espada de Corisco – momento em que se tornou símbolo do cinema brasileiro.
Sob curadoria de Davi Kolb, serão exibidos 12 títulos em película e um apenas em DVD, Sol sobre a Lama, devido à baixa qualidade da cópia, e um verdadeiro tesouro. O filme de Alex Vianny, de 1962, marcou a estreia do ator na tela grande.
Com três sessões diárias, de terça a domingo, a mostra apresentará filmes que estão entre os mais significativos da carreira do ator ao longo de cinco décadas. Além disso, promove um debate com o próprio Othon Bastos e o cineasta Vladimir Carvalho, após a sessão de hoje de O Engenho de Zé Lins. Com entrada gratuita, o debate servirá de oportunidade rara para conhecer e discutir aspectos da trajetória do artista no cinema nacional, com perguntas abertas ao público.
A mostra também traduz a proximidade de Othon Bastos com a capital. Foi aqui, em 1970, que ele recebeu seu primeiro prêmio cinematográfico, o Candango de melhor ator do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, por sua performance à frente de Os Deuses e os Mortos, de Ruy Guerra.
Logo após sua estreia no filme de Vianny,em 1962, Othon integrou o elenco do blockbuster nacional O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, e único filme brasileiro a conquistar a Palma de Ouro no Festival de Cannes.
Desde então sua relação com o cinema brasileiro é de intensa contribuição e devoção. No ano de 1964, o cineasta baiano Glauber Rocha o escalou para Deus e o Diabo devido à sua formação em teatro político e por ser grande conhecedor de Bertolt Brecht.
O Cinema de Othon Bastos – Mostra retrospectiva da carreira do ator, com exibição de 13 filmes, de terça a domingo, às 16h, 18h30 e 20h30, até 13 de fevereiro. No cinema do Centro Cultural do Banco do Brasil (Setor de Clubes Sul, Trecho 2). Ingressos: R$ 4 (inteira). Informações: (61) 3310. 7087. Classificação indicativa de acordo com o filme.
FILMES DA MOSTRA
Sol Sobre a Lama (1962) – Alex Viany. 16 anos. Sábado, 16h; dia 10, 20h30.
Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) – Glauber Rocha. 14 anos. Sexta e dia 9, 20h30; e 12, 18h30.
Capitu (1968) – Paulo César Saraceni. 14 anos. Amanhã e domingo, 18h30; dia 10, 16h.
O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1968) – Glauber Rocha. Quinta, 20h30; dia 9, 18h30.
Os Deuses e os Mortos (1970) – Ruy Guerra. 14 anos. Quinta e 11, 16h; domingo, 20h30.
São Bernardo (1972) – Leon Hirszman. 10 anos. Sexta, 18h30; dia 12, 20h30.
Os Sermões (1989) – Julio Bressane. 14 anos. Quinta, 18h30; dia 8, 20h30; dia 13, 16h.
Policarpo Quaresma (1998) – Paulo Thiago. 14 anos. Amanhã e domingo, 16h; dia 11, 20h30.
Central do Brasil (1998) – Walter Salles. 12 anos. Sábado, 20h30; dia 9, 16h; dia 13, 18h30.
Mauá (1999) – Sérgio Rezende. 14 anos. Sexta e dia 8, 16h; dia 13, 20h30.
Bicho de 7 Cabeças (2001) – Laís Bodanski. 16 anos. Amanhã, 20h30; sábado, 18h30; dia 12, 16h.
Engenho de Zé Lins (2006) – Vladimir Carvalho. 10 anos. Hoje e dia 10, 18h30.
Brasília 18% (2006) – Nelson Pereira dos Santos. Hoje, 16h; dias 8 e 11, 18h30.