Andréia Castro
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Chico César apareceu para o Brasil como compositor na voz de Daniela Mercury, com a canção À Primeira Vista. Logo depois, o paraibano de Catolé do Rocha mostrou seu lado intérprete, cantando o sucesso Mama África, que rapidamente o catapultou para a fama. Naquela época, em 1995, Chico lançou o álbum de estreia, Aos Vivos. Este ano, o atual secretário de Cultura da Paraíba lançou o DVD Aos Vivos Agora, e é justamente essa volta ao início de sua carreira que o público brasiliense confere de graça hoje, às 19h, na última Quinta Cultural do ano, no Açougue T-Bone (312/313 Norte).
O repertório da apresentação inclui Béradêro, Templo, Alma Não Tem Cor e também outras mais conhecidas. Esta é a segunda participação do artista no projeto. Sua estreia foi em maio de 2004, como atração principal da Noite Cultural T-Bone. “Não costumamos repetir convidados, mas o show do Chico acabou casando perfeitamente com a proposta do projeto”, explica o açougueiro, agitador cultural e idealizador do evento, Luiz Amorim.
O show encerra a programação cultural 2012 do Açougue T-Bone. Milhares de pessoas puderam conferir, ao longo do ano, atrações variadas, literatura, nomes conhecidos da poesia candanga e grandes artistas da música brasileira, como Ivan Lins e Lenine. “O balanço não poderia ser mais positivo. E o mais bacana é que conseguimos consolidar o formato de abrir os shows com poesia”, ressalta Luiz. “A poesia e a literatura ganharam lugar de destaque e foram muito bem recebidas pelo público”, completa.
“Este ano, fizemos um projeto mais intimista, num formato menor. Queríamos que a plateia pudesse ficar bem próxima dos artistas e acabou funcionando melhor do que esperávamos”, avalia Luiz. O sucesso dos eventos também deve-se à audiência. “São formadores de opinião, gente que realmente se interessa por cultura”, conta.
Vozes nordestinas
Além de Chico, o Nordeste estará bem representado nas outras atrações da noite. O cantor Beirão sobe ao palco para apresentar seu novo show, Beirão e os Filhos de Dona Nereide, em homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga. O músico cearense, radicado em Brasília, é conhecido por combinar várias vertentes musicais.
A atriz e poetisa Lília Diniz também estará presente, com o show Sertanejares. A maranhense interpreta poemas de autores como Patativa do Assaré, Cora Coralina e Louro Branco, além de canções de João do Vale, Luiz Gonzaga e outras do cancioneiro popular. O cantor, compositor e intérprete pernambucano Gessé Lima é outro que participa da festa. O repertório inclui composições próprias e de outros artistas.
Como de costume, o T-Bone abre espaço para escritores e poetas da capital. Participam desta Quinta Cultural os poetas Vicente Sá, Adeilton Lima e a poetisa Noélia Ribeiro. O mímico Miqueias Paz é o responsável por apresentar o evento, conhecido pela segurança.
“É uma vitória poder dizer que, nesses quase 15 anos, nunca tivemos nenhuma ocorrência policial”, finaliza Luiz. O Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran) do DF avisa que, assim como nos outros shows desta edição, pode fechar a entrequadra dependendo do tamanho do público. Além disso, deve colocar uma viatura fixa da Polícia Militar no local horas antes do evento começar.
Com 14 anos de existência, a Noite Cultural conta com o apoio da Secretaria de Cultura do DF e da Administração Regional de Brasília.
