
Felipe Romero
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Um grupo de ceramistas amadores de Brasília, formado por aposentados, donas de casa e profissionais de outras áreas, participa pela primeira vez do Salão Internacional do Artesanato, que acontece até o dia 6 de novembro no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade (Expo Brasília). Colegas de cursos ministrados no Museu Vivo da Memória Candanga, os integrantes decidiram há quatro meses, se organizar para promover seu trabalho, que começou como hobbie.
“O grupo tem uma produção muito intensa, e sentimos a necessidade de dar um destino às peças”, relata Maria Helena, que começou a trabalhar com cerâmica em 2005, quando o curso também era ministrado no Espaço Cultural Renato Russo, na 508.
O convite para expor no Salão partiu da Secretaria do Trabalho e chegou ao grupo na terça-feira (1º), para começar a expor no dia seguinte. Com pouco tempo para selecionar as peças e montar o estande cedido pela secretaria, a escolha dos trabalhos teve que ser dinâmica. “De acordo com a quantidade de peças produzidas por cada um dividimos o espaço que cada integrante do grupo teria”, detalha o professor e coordenador do grupo, José Nicodemos.
“Fizemos uma seleção rápida das peças e trouxemos”, conta Vanda Apolinário, que já trabalhava com mosaicos até descobrir a habilidade com cerâmica. “Participar do salão está sendo bom para mostrarmos nosso trabalho, não temos pretensão de vender muitas peças”, completa. “No grupo todos têm peças de qualidade, então a seleção foi fácil”, completa Maria Helena, sobre como foram escolhidas as quase 200 peças levadas ao salão.
O grupo se reúne duas vezes por semana na Oficina Livre de Cerâmica, oferecida pelo museu. “Minha função é orientá-los em relação a questões técnicas, já que eles já passaram pelos estágios iniciais e cada um tem seu próprio estilo”, detalha Nicodemos. “Acaba funcionando também como uma terapia em grupo, todos conversam bastante enquanto trabalham”, completa o professor. “É ótimo para relaxar, esquecer os problemas”, avalia Vanda.
As oficinas são gratuitas e oferecidas pela Secretaria de Cultura. Existem três níveis: inicial, intermediário e avançado, além da oficina livre, que é voltada para aqueles que já dominam as técnicas e querem continuar trabalhando com o material. A secretaria oferece o espaço e os fornos para a “queima” do material, os demais materiais são custeados pelos artesãos. “O custo individual varia de acordo com a produção”, explica Maria Helena.
Os cursos são abertos a qualquer pessoa com mais de 14 anos. Quatro turmas de iniciantes são abertas por ano. Após o curso inicial a pessoa está automaticamente matriculada nos estágios seguintes.
O Salão Internacional de Artesanato acontece até domingo (6) e tem entrada franca até as 16h Após este horário, o ingresso custa R$ 10.