Carolina Tulim
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Nem o figurino mudou. Repetindo religiosamente o set list já apresentado em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, Ringo Starr e sua All Starr Band tocaram para pouco menos de três mil pessoas na passagem da turnê do ex-Beatle pela capital federal. O baterista entrou no palco às 22h10, aos primeiros acordes de It Don’t Come Easy, seu segundo single como artista solo. Ovacionado pelos fãs, Ringo seguiu fora da bateria em Honey Don’t, presente no álbum Beatles for Sale, de 1964. O britânico só assume as baquetas na metade da terceira música, Choose Love, do disco homônimo lançado em 2005, para delírio dos fãs.
Apesar do protagonismo da All Starr Band (Ringo cantou 11 das 23 canções apresentadas e chegou a sair do palco alguns minutos para um pequeno descanso), com músicas nem sempre conhecidas do público, a plateia, fervilhante, levantou das cadeiras logo no início da primeira música e não sentou mais.
I Wanna Be Your Man foi o primeiro momento de grande empolgação, que se repetiu em standarts dos Beatles como Yellow Submarine e With a Little Help from My Friends, que encerra a apresentação colada ao refrão de Give Peace a Chance, de John Lennon. Descontraído, Ringo brincou com o público e chegou a comparar Brasília a Liverpool – lendário berço do Fab Four – antes de executar The Other Side Of Liverpool, do mais recente álbum do baterista, Y Not, lançado em 2010.
Preço salgado
O show em Brasília teve o menor público da turnê brasileira até agora – Ringo e a All Starr Band ainda se apresentam domingo, em Recife. Um dos motivos pode ter sido o salgado preço dos ingressos: a entrada mais barata para o show na capital federal foi a mais cara da passagem do grupo pelo Brasil – R$ 300 a inteira. Em São Paulo, por exemplo, os fãs puderam ver o ex-Beatle pagando R$ 130 a inteira.
O servidor público aposentado Joel Oliveira, 65 anos, fez questão de levar os netos Caio, de 9 anos, e Moisés, de 12, para ouvir os clássicos da banda de Liverpool. “Logo que eu soube da turnê já prometi a eles que os traria pra conhecer este, que é um dos meus ídolos da juventude”, explicou. Ele não foi o único. O engenheiro Robson Nunes, 42 anos, e sua mulher, a publicitária Débora Menezes, 35, revezaram os ombros para dar visibilidade ao pequeno Rafael, de 7 anos. “Ele conhece as músicas e adora imitar o Ringo com as minhas panelas”, brinca. Pelo jeito, a beatlemania ainda está bem longe de esfriar.