Menu
Viva

Cantora francesa faz apresentação única na cidade

Arquivo Geral

28/04/2012 9h01

divulgaçãoSimples assim: L. Desta forma, a cantora francesa Raphaële Lannadère resolveu que seria conhecida. L que é a letra inicial dos quatro sobrenomes de seus avós (e portanto dela), que nomeia a protagonista do romance Lady L., de Romain Gary, que é título de uma canção do compositor e arranjador Babx, companheiro de longa data. E que também a distingue de todos os demais cantores e cantoras do mundo ocidental. Pois L. estará durante o mês de maio no Brasil, fazendo uma turnê pela rede de Alianças Francesas. Em Brasília, o show acontece no dia 2 de maio, a partir das 20h, no Teatro Oi.

 
L. é uma jovem compositora e intérprete que vem construindo uma trajetória muito singular. Nascida em 1981, ela decidiu que, antes de se lançar à carreira artística, era preciso estudar etnomusicologia. E foi assim, no curso da professora Martina Catella, que ela aprendeu liturgia judaica, polifonia corsa, canto búlgaro, fado, música cigana, africana e até gospel. É da mistura de todas estas influências a clássicos da canção francesa que nasceu seu trabalho.

 

A voz foi lapidada num grupo de canções polifônicas no qual interpretava cantores do mundo todo. Depois, em 2002, Raphaële Lannadère fez seu primeiro concerto público, apresentando clássicos memoráveis, celebrizados por artistas como Edith Piaf, Lé Ferré, Jacques Brel e Barbara. Mais tarde, embarcou, ao lado do brasileiro Ricardo Tete, num trabalho que explorava as belezas da canção lusófona.

 
Mas foi com o trabalho original, Premières Lettres, que a artista provocou frisson entre o público. O disco caiu nas graças das rádios FIP, France Inter, Europe 1, etc., e uma das canções, mais precisamente Petite, foi ouvida pela veterana Brigitte Fontaine que, quando indagada durante uma coletiva quanto aos seus artistas prediletos, citou L.
 

Para a temporada brasileira, L. preparou um repertório que promove um passeio por seus mais conhecidos sucessos, mas o foco é o recente Initiale, que ela lançou no ano passado e que a levou a ganhar o prêmio Félix-Leclerc de la Chanson, conferido pelo festival da canção de Montreal. No disco, L. tem a parceria da pianista Donia Berriri, do violoncelista Julian Lefevre e do talentoso diretor e arranjador David Babin – mais conhecido por Babx. O disco promove o casamento entre diversos estilos musicais, o cinema e a poesia de Artaud, Michaux e Genet. Initiale vem chamando a atenção da crítica não só pela qualidade das letras como pela beleza das composições.

 

No repertório de Initiale, L. canta como se sonhasse em voz alta no seu quarto (em Je fume e Mescaline), se entrega de corpo e alma aos braços de uma valsa vestida de nostalgia (Les Corbeaux), ao doce-amargo (Mes lèvres) ou a uma melodia ritmada (Jalouse). E se acontece de se entregar brutalmente à realidade (Petite), isso é para melhor desenhar depois os pungentes escoamentos para os territórios sem limites do imaginário (Initiale, Pareil).

 

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado