Camilla Sanches
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O cotidiano das pessoas com alguma deficiência retratado em produções audiovisuais é o tema do Assim Vivemos – Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência, que retorna a Brasília em sua quinta edição (o evento é bianual), no Centro Cultural Banco do Brasil (Setor de Clubes Esportivos Sul), de hoje a 25 de setembro.
Ao todo 28 filmes, entre nacionais e internacionais, serão exibidos na sala de cinema do CCBB, que tem capacidade para cerca de 80 pessoas. A expectativa da organizadora Lara Pozzobon é de lotação máxima durante todos os dias em cartaz. Os longas, médias e curtas-metragens vêm de 12 países, são inéditos e trazem abordagens e estéticas variadas, nas categorias ficção e documentário. Todos com o tema da inclusão.
Segundo a produtora e uma das idealizadoras do projeto, o objetivo da mostra – e dos debates que também compõem a programação – é mostrar exemplos de inclusão em outras sociedades diferentes da nossa. “Como funciona no Irã, por exemplo?”, questiona ela.
“O intuito é, ainda, colaborar com a discussão sobre o tema no Brasil”, acrescenta. O festival chega à capital federal depois de passar pelo Rio de Janeiro. Daqui segue para São Paulo (de 5 a 16 de outubro).
Acessibilidade
Desde a primeira edição do Assim Vivemos (isso mesmo, igual à tradução do Festival The Way We Live, de Munique, na Alemanha, no qual o brasileiro foi inspirado), a inclusão não está apenas no enredo dos filmes, mas também no formato das exibições. O evento oferece a audiodescrição para pessoas com deficiencia visual, feita por dois atores em todas as sessões, transmitida para fones de ouvidos disponibilizados para o público.
Os catálogos têm versões em braille e em todos os filmes são inseridas legendas closed caption – sistema que inclui informações extradiálogos – para pessoas com deficiência auditiva. Nos quatro debates incluídos nas atividades, intérpretes de libras estarão disponíveis para tradução. Dessa forma, indivíduos com surdez também poderão participar.
Um dos destaques é o debate que acontece nesta sexta-feira, o segundo da série, sobre Síndrome de Down e a vida adulta. As convidadas são a servidora pública do judiciário Liane Collares (portadora da Síndrome de Down), a pediatra Moema Arcoverde e a militante Fabiana Gadelha, que é mãe adotiva de uma criança com a Síndrome.