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Brasília abre espaço para o mundo do jazz com casas especializadas no gênero sonoro

Arquivo Geral

04/07/2012 9h03

Rosane Amaral
rosane.amaral@jornaldebrasilia.com.br

Com origem no século 20, em Nova Orleans, Estados Unidos, o jazz conquistou um público variado ao redor do mundo. Com instrumentos diversificados, como bateria, sax, contrabaixo e piano, a característica principal do estilo é o improviso, que garantiu a ele o status de inovador e uma das mais importantes linhagens musicais do século passado.divulgação

 

O jazz levou ao estrelato nomes que até hoje estão entre os de maior expressão na música mundial, como Louis Armstrong, Billie Holiday e Miles Davis. Este último foi quem despertou o interesse do professor de cinema Sergio Moriconi, de 55 anos, para o estilo. Apaixonado por qualquer tipo de música, hoje Mariconi conta com mais de seis mil CDs e vinis em sua coleção, incluindo os mais clássicos do jazz.  “Eu ouvi Miles Davis e me interessei. Fui comprando coleções vendidas em bancas de revistas e lendo a respeito”, recorda.

 

Além do improviso, o que ele admira no jazz é sua história, já que começou como uma música do povo e foi se modificando, até se tornar uma sonoridade sofisticada, quase erudita. “O que é apaixonante no jazz é que há várias possibilidades, é quase impressionista”, afirma, comparando com o movimento de pintura.

 

Engana-se, no entanto, quem pensa que o jazz não tem nada a ver com a música brasileira. A bossa nova, uma das principais características da cultura nacional, influenciou e foi influenciada por ele. “Muita gente acha que o jazz deturpa a música brasileira, mas existem misturas muito interessantes, como as que Tom Jobim fazia”, acredita.

 

É nessa mesclagem de jazz com a música brasileira que o estilo costuma aparecer também em território brasiliense, principalmente em projetos instrumentais. “Eu não conheço um movimento de jazz em Brasília, mas existem muitos bares que abrem espaços para artistas novos que fazem essa mistura, até mesmo por influência da Escola de Música de Brasília e da Escola do Clube do Choro”, avalia o professor.

 

Um desses artistas que fazem sucesso em Brasília é Dillo D’Araújo. Ele prefere não rotular a música que faz, mas reconhece que o princípio é o improviso do jazz. “A tradução de jazz é música livre e é isso o que faço”, conta ele, que prepara-se para lançar seu terceiro CD, Jacarepaguá.

 

Onde Ouvir
Em Brasília, há muitos espaços para se ouvir um bom jazz. Um dos mais tradicionais é o Genaro Jazz Burger Café, localizado na 114 Norte. O Cult 22 Rock Bar (Lago Norte) tem um dia completamente dedicado ao estilo e também ao blues, chamado DiaBluezz. Existe ainda o Churchill Lounge Cigar Jazz Club (Setor Hoteleiro Sul), que traz o som ao vivo,  de segunda à sexta.

Dillo afirma que esses pontos são importantes para artistas que gostam de criar, já que o mercado jazzístico na capital é pequeno. “Brasília tem muitos artistas talentosos, mas a cena não se forma aqui em partes por causa da falta de lugar para tocar“, opina.

 

Mas os fãs de jazz da capital podem comemorar a chegada de um novo ponto de encontro: o 10 013 Jazz Pub (408 Sul). O nome tem origem no CEP de Tribeca, região localizada no centro de Manhattan destinada aos apaixonados por música. “O idealizador foi meu tio, que sentia falta de um espaço desses, onde ele pudesse ouvir jazz em um horário mais cedo”, afirma Vitor Santos, um dos sócios da casa. Na programação da casa está um show com Dillo D’Araújo, que tocará nesta sexta-feira, às 21h. Couvert artístico: R$ 40. Não recomendado para menores de 18 anos.

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