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Viva

Bossa nova de graça

Arquivo Geral

25/05/2011 8h47

Foto: Divulgação

Camilla Sanches
camilla.sanches@jornaldebrasilia.com.br

Com o surgimento da bossa nova, alguns nomes se destacaram. Roberto Menescal é da mesma boa safra do poetinha Vinícius de Moraes, do maestro Tom Jobim, do parceiro Ronaldo Bôscoli e das divinas Nara Leão e Elis Regina. Ao lado de Márcia Tauil, uma mineira de Guaxupé, o músico volta a Brasília para apresentação gratuita esta noite, pelo Projeto Terraço do Samba, na Praça das Palmeiras do Terraço Shopping, na Octogonal.

A cantora sempre admirou as composições do ídolo – pela riqueza das harmonias e melodias –, e a certa altura de sua carreira teve a ideia de fazer contato com o músico. Para a surpresa de Menescal, Márcia havia pesquisado tanto as suas obras, ao ponto de conhecer até mesmo as músicas mais raras.

“A Márcia é talentosíssima e para tudo que ela me convida eu topo na hora, porque é sempre um prazer dividir uma plateia com ela”, revela Menescal. Este primeiro encontro surgiu em 2003 e, de lá para cá, segue firme até hoje.

A dupla fará um show de com releituras de clássicos do samba, compostos por Menescal para grandes artistas nacionais e bossas que o eternizaram como célebre compositor brasileiro mundo a fora.

“Selecionamos algumas canções de quando ele atuou como produtor”, conta Márcia Tauil. “Temos umas 15 ou 16 ensaiadas, além dos sambas que incluímos para esta apresentação em especial, como Tem Dó, de Baden Powell e Vinícius de Moraes, Camisa Amarela, de Ary Barroso, e Folhas Secas, do grande mestre Cartola”, adianta o artista.

 O show ainda inclui uma música inédita feita em parceria pelos dois artistas. “Eu fiz a melodia e pedi a Márcia para letrar”, comenta Menescal. A canção Clube da Bossa foi feita em agradecimento ao Clube da Bossa de Brasília, que este ano homenageou o compositor. “Fiquei muito feliz com a homenagem e achei que fiquei em dívida com eles. Pensei: ‘O que eu posso dar em troca? Música, né’”, brinca Menescal.
 

Precursor do movimento

 

Compositor e instrumentista, nascido em Vitória, Espírito Santo, Roberto Menescal estudou piano, teoria, harmonia e violão com Moacir Santos, em 1958.

No mesmo ano, organizou um dos primeiros conjuntos instrumentais de bossa nova e fundou, com Carlos Lyra, uma academia de violão, responsável pela divulgação do instrumento que mais se adaptou à expressão do espírito intimista desse movimento musical.

Com seu conjunto, participou da gravação do LP Garotos da Bossa Nova, na Odeon, em 1959. Sua primeira composição gravada foi Jura de Pombo, com Ronaldo Bôscoli, por Alaíde Costa, também em 1959.

Seu primeiro sucesso, O Barquinho, que em 1960 teve gravações simultâneas de Maysa, Pery Ribeiro e Paulinho Nogueira, tornou-se uma das músicas mais conhecidas e representativas da bossa nova, com várias gravações também no exterior.

Sobre a parceira Márcia Tauil, ele faz questão de enaltecer o talento da cantora. “O Ronaldo Bôscoli me apelidou de Rabo de Cometa, porque, segundo ele, estou sempre atrás de uma estrela, e estou mesmo. A Márcia foi uma dessas maravilhosas descobertas”, comemora.

Roberto Menescal e Márcia Tauil – Nesta quarta, às 19h30. Entrada franca. Informações: 3403-2908. Classificação indicativa livre.

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