O blues é um gênero que influencia toda a música mundial. Inclusive a brasileira. Mas o caminho inverso também ocorre. Um dos representantes mais fiéis ao estilo, J.J. Jackson, chega hoje a Brasília para mostrar ao público local um pouco do seu repertório bluseiro e como foi seduzido pela MPB, a ponto de trocar o estado de Arkansas, nos Estados Unidos, pelo Brasil.
Desde a década de 1980, o cantor e compositor reside no País, entre idas e vindas. Hoje, ele se apresenta a partir das 20h, no O’Rilley Irish Pub.
“A música brasileira me atrai por ser muito bonita, rica e envolvente. Também por ela o País me cativa”, afirma.
Ao longo dos 20 anos de residência entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, Jackson conviveu com muitos músicos brasileiros e os “bluseiros”, como ele classifica, são muitos por aqui.
“São ótimos artistas que desenvolvem seu trabalho com estilo e devoção pelo blues”, reverencia.
Vez ou outra ele retorna à terra natal a trabalho e a banda que o acompanha nos shows por aqui vai junto. “A minha banda é ótima. Eles têm um ritmo diferenciado. Por isso, os levo comigo a qualquer país onde me apresento e são muito bem recebidos.”
J.J. Jackson chegou às terras tupiniquins a passeio. Veio a convite do grupo de dançarinas e cantoras brasileiras chamado Irmãs Montezzi, que conheceu após uma temporada no México.
“Foram férias que se prolongaram. Seis meses depois estava entre vindas e idas entre Brasil e Estados Unidos, e fui ficando cada vez mais por aqui”, conta.
No palco, o visual de Jackson lembra o pianista Ray Charles, cujo o repertório está sempre presente em seus shows. Mas personalidade é o que não lhe falta.
Por telefone, o cantor falou ao Jornal de Brasília e comentou a música feita atualmente. Para ele, tudo está mais pop. “O diferencial do blues é que ele é fiel e mais saudável”.
No set list de suas apresentações por todo o território brasileiro nunca faltam clássicos de James Brown, Ray e do
guitarrista Jimi Hendrix, com quem frequentou a mesma escola em Seattle e participou da primeira banda, Rockin’ Teens.
Entre as canções que apresenta em seus shows está Back in São Paulo, composição sua em homenagem à capital paulista e Hey Blues, também de sua autoria. Little Wing, de Hendrix, e Simpathy For The Devil, dos Rolling Stones, também aparecem nos shows. Esta última com uma versão acústica.
J.J. Jackson canta desde os 15 anos de idade e, na estrada, teve a oportunidade de encontrar grandes nomes da música internacional. Dividiu palco com artistas consagrados, como B.B. King e Lightinin Hopkin. “Dividi e aprendi muito com as pessoas que passaram por minha vida. Tenho respeito com o trabalho deles e escutá-los é sempre uma aula de como fazer música”, garante.
Entre os trabalhos realizados durante duas décadas em terras brasileiras, participou como compositor e intérprete de trilhas sonoras das novelas Bebê a Bordo, Vamp, Salvador da Pátria, Rainha da Sucata (todas na TV Globo). Fez, também jingles para marcas do mercado nacional.
Em 31 de março de 2001, recebeu o título de “Personalidade Brasileira 500 Anos” pelo Conselho de Honrarias e Méritos do Brasil, em cerimônia realizada no Teatro Municipal de São Paulo, ao lado de grandes nomes da cultura nacional.
J.J. Jackson – Hoje, às 20h, no O’Rilley Irish Pub (409 Sul). Ingressos: R$ 40 (homem) e R$ 20 (mulher), até 23h. Valores sujeitos à alteração depois desse horário. Informações: 3244-0222. Não recomendado para menores de 18 anos.