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Biógrafa de Mao Tsé-tung diz que ditador suprimiu memória do povo chinês

Arquivo Geral

19/07/2010 10h07

A escritora britânica Jung Chang, que abandonou sua China natal em 1978, afirmou neste domingo que a sociedade chinesa ainda não tem memória dos anos de Mao Tsé-tung porque o ditador “suprimiu” o pensamento do povo.

“A história do último século na China é um tabu. Tudo foi escondido debaixo do tapete. Em minhas últimas viagens à China, me encontrei com amigos que perdem o controle quando se menciona o passado a eles”, comentou Chang em uma conversa sobre seu livro Mao: A História Desconhecida (2005) na cidade mexicana de Zacatecas.

A escritora, que foi a primeira cidadã chinesa a obter doutorado no Reino Unido, nasceu três anos antes da Revolução Cultural chinesa, durante a qual seus pais foram perseguidos e enviados a campos de trabalho forçado. Em um deles, morreu seu pai.

“Cresci no intenso culto à personalidade de Mao, que era como nosso Deus. Nos ensinavam (às crianças chinesas da época) que ele era mais importante que nossos pais”, lembrou a autora.

Para ela, “talvez a maior falácia de todas é que ele (Mao) era o libertador dos chineses, quando na verdade foi o responsável por tantos assassinatos”.

“As meninas de hoje têm melhor vida e muita mais informações que eu tive na idade delas, mas a lavagem cerebral ainda existe e a informação continua sendo muito incompleta”, analisou Chang, cujos livros estão proibidos na China continental (não em Hong Kong). Ela também está proibida no país de fazer pesquisas sobre o século XX.

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