As autoridades do estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália responsabilizaram hoje os organizadores da Love Parade pela tragédia ocorrida no último fim de semana em Duisburg, quando 21 pessoas morreram num tumulto dentro do recinto da festa eletrônica.

“A responsabilidade era dos organizadores, por entrar em suas competências todo o relativo aos acessos ao recinto”, indicou o ministro de Interior regional, Ralf Jäger, baseado nos relatórios da Polícia e da promotoria, segundo os quais a organização da festa não se submeteu às instruções prescritas.

Jäger ressaltou que tais conclusões ainda devem ser consideradas “provisórias”, já que as investigações ainda estão em curso e a promotoria não fechou também suas diligências. No entanto, ele disse que, até onde se sabe, Lopavent, a empresa organizadora, não cumpriu com o inicialmente previsto.

Segundo o inspetor da Polícia da Renânia, Dieter Wehe, os organizadores abriram os acessos ao recinto às 12h local (7h de Brasília), duas horas depois do previsto, o que impossibilitou a entrada fluente e controlada mesmo dos primeiros a chegarem.

Havia-se estimado que o túnel tinha capacidade para permitir um fluxo de 30 mil pessoas por hora, mas em consequência do fluxo anterior, ficou superlotado pouco depois da abertura do recinto.

Apesar dessa situação, a organização não alertou a Polícia sobre o tumulto dentro do túnel até às 15h30 local (10h30 de Brasília), o que impediu uma ação mais rápida perante uma situação que já escapava do controle do pessoal de segurança privada contratado pela Lopavent.

Jäger explicou que a pressão da multidão dentro do túnel e nos acessos a este já era “insuportável”, bem como a tensão diante da crescente agressividade de muitas das pessoas ali concentradas, seja porque queriam entrar a todo custo, seja porque queriam sair dali.