Artista nascido no Piauí e radicado em Brasília expõe 21 obras em óleo sobre tela que retratam mulheres em diversas situações do cotidiano. Sua inspiração vem do artista plástico italiano Amedeo Modiglinani, e seu trabalho já ganhou reconhecimento da crítica e do público em Brasília e no Brasil.
As obras do artista são centradas na figura humana, sobretudo as mulheres de rostos angulosos e pescoços longilíneos, cabeças bem curvadas para o lado, de forma garbosa e elegante. Nuas ou vestidas – a maioria delas com chapéu -, a figura feminina do artista piauiense sempre está adornada com rendas e bordados cuidadosamente elaborados. O olhar é expressivo e ora transmite doçura e serenidade, ora altivez e soberba, ou, por vezes, até sofrimento com ares dos anos 30. A mulher forjada por Lima aparece sempre em cenas do dia-a-dia, realizando atividades domésticas, culturais, artísticas, ou simplesmente posando, só ou para álbum de família. Elas podem estar pintando, lendo, ninando ou amamentando a cria, assim como acariciando seu gato ou cão. Para compor seus quadros, os traços do pintor recorrem a fundos, são ricos em detalhes e, muitas vezes, surrealistas. Evocam a vida bucólica e interiorana, permeando suas telas com certo caráter naïf.
Nascido em 14 de janeiro de 1964, na cidade de Parnaíba, litoral piauiense, Antonio Carlos de Lima, que assina Tony Lima nas suas telas, é autodidata. Iniciou sua carreira artística ainda na infância e, acompanhando sua irmã, deixou sua terra natal no final da década de 70 com destino a Brasília, cidade por ele adotada, onde se matriculou em um curso de técnicas de pintura. Desistiu uma semana depois, por não se interessar nas paisagens que ensinavam a pintar. Na mesma época, conheceu a obra do artista plástico italiano Amedeo Modigliani em publicações que continham grandes mestres da pintura que o influenciaram fortemente.
Daí em diante, Lima traçou o seu caminho nas artes plásticas, criando estilo próprio, não tão atrelado a qualquer escola, embora visto por alguns como expressionista. Tony participou de cursos e continuou seus experimentos com tinta a óleo, principalmente com o de linhaça, que fornece a tonalidade ideal perseguida para as suas obras. Decidiu abandonar o emprego de balconista numa lanchonete para se dedicar integralmente à pintura e converteu sua residência, na cidade de Ceilândia (DF), em ateliê e refúgio.
Lá desenvolve as telas que hoje podemos contemplar em várias coleções particulares e espaços, não só em Brasília, como em todo o Brasil. Seu trabalho, inspirado na observação de cenas e imagens do cotidiano, ganhou reconhecimento da crítica, de colegas e amigos, conquistando inúmeros admiradores.
Em 1996, ganhou o 1º Prémio no Pinte Brasília, em Brasília e, em 2003, levou o 5º Prêmio na Coletiva Pátio Brasil, também em Brasília.