O Clube do Choro de Brasília recebe o bandolinista Armandinho Macedo, pelo projeto Brasília, 50 Anos –
Capital do Choro, nesta quarta, quinta e sexta-feira. O músico incorpora novos elementos tanto ao bandolim tradicional quanto à guitarra baiana, instrumento criado pelos músicos Dodô e Osmar – este, pai de Armandinho. Suas inovações em linguagem, acento e a utilização de distorções roqueiras, sem deixar de lado suas raízes, o transformou em referência para novos músicos. “Eu não me prendi somente ao chorinho, sou familiarizado com o elétrico. Venho batizando meus discos de Retocando o Choro, Pop Choro por isso. Tenho influências que vão desde Jacob do Bandolim passando por trio elétrico (também criação de Dodô e Osmar) até Hendrix”, afirma.
Em Brasília, são incontáveis o número de shows que fez. “Participei dos shows para angariar fundos para a abertura do Clube do Choro há muitos anos. Venho me apresentando com frequência na capital, muitas vezes fazendo três shows por ano”, diz o músico. Segundo ele, o público brasiliense é muito receptivo à música instrumental, principalmente devido à influência do Clube do Choro, “local que consegue reunir e centralizar os maiores instrumentistas do Brasil”, nas palavras de Armandinho. “São Paulo e Rio podem até ter mais grupos, mas Brasília é com certeza uma importante plataforma do choro”, ressalta.
No Clube do Choro, Armandinho será acompanhado pelos músicos brasilienses Henrique Neto (violão de 7 cordas), Paula Zimbres (contrabaixo), Yacoce Simões (teclados) e Rafael dos Santos (bateria).
Aos 10 anos de idade, o músico baiano liderava o Trio Elétrico Mirim, criado por seu pai, em que tocava frevos e clássicos da música instrumental brasileira, como Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Jacob do Bandolim, entre outros. Aos 15 anos, venceu a eliminatória de A Grande Chance, programa de maior audiência da TV Tupi, apresentado por Flávio Cavalcanti. Durante a adolescência, ícones do rock, como Beatles, Hendrix e Rolling Stones fizeram a cabeça de Armandinho. Tais influências, atreladas às suas origens e à herança musical paterna, o moldaram como o artista que é hoje.
Quando liderava o Trio Elétrico Armandinho Dodô Osmar, o músico foi convidado para acompanhar o ex-Novo Baiano Moraes Moreira pelas turnês brasileiras. Em seguida, formou o A Cor do Som, grupo que ajudou a abrir portas para novas bandas que começavam a surgir no cenário musical do país, além de se apresentar no exterior. Em 1987, com o sucesso do show “Armandinho em Concerto”, sua carreira solo deslanchou e, desde então, o músico vem lançando diversas gravações e se apresentando constantemente pelo País.
Serviço
Brasília, 50 Anos – Capital do Choro – Quarta, quinta e sexta-feira, às 21h, no Clube do Choro de Brasília (Eixo Monumental). Ingressos a R$ 20 (inteira). Não recomendado para menores de 14 anos.
