Cecilia Almeida y Sóter
Especial para o Jornal de Brasília
Que criança gosta de fazer arte, todo mundo sabe. Mas será que elas sabem apreciar uma exposição? Com o intuito de aproximar os pequenos do mundo do entretenimento cultural, o Centro Cultural Banco do Brasil desenvolveu um programa educativo com atividades voltadas para o público infantil.
Daniela Chinder, coordenadora do projeto, acredita na importância da abordagem diferenciada para cada público. “Com as crianças não é diferente”, avalia. Lançando mão de meios já conhecidos dos pequenos, como músicas, contos e artes cênicas, os guias, também chamados de educadores, os inserem no mundo dos museus e fazem com quem eles se envolvam e se interessem pela exposição. Os educadores traçam paralelos entre as obras de arte e o mundo da criança.
Uma das atividades é a contação de histórias, em que são explicados conceitos da artista plástica Yayoi Kusama a partir da fabulação.
O educador do programa, Gustavo Henrique Gris, acredita que “a criança traz uma pluralidade aos significados das obras, mostrando uma nova percepção”.
Ele explica que a visita mediada vai além de simplesmente falar das obras de maneira objetiva, fazendo relações a partir da vivência do pequeno visitante. E garante que as crianças participam bastante, dando uma percepção sincera de tudo que viveram na exposição. “Após a visita com o colégio, por exemplo, elas chegam em casa animadas, contando a experiência aos pais e os incentivando a conhecerem a mostra”, explica.
Hoje tem palhaçada?
Fazer arte por meio de bagunça é sinônimo de infância. Para Tereza Padilha, diretora e fundadora do Teatro Mapati, qualquer trabalho artístico é importante para o desenvolvimento intelectual da criança.
Tendo isso em mente, o espaço oferece aulas de circo para o público entre 5 e 13 anos. Ela explica que a arte ajuda a deixar os pequenos mais tranquilos em um mundo onde tudo é muito instantâneo. “Eles aprendem que para tudo existe uma técnica e etapas de desenvolvimento. Isso os estimula a pensar”, destaca.
De acordo com ela, nas artes circences, as crianças aprendem mais rápido e de maneira mais fácil que os adultos por não terem nenhum bloqueio. “Elas têm mais equilibrio, mais força e maior concentração. A criança se joga muito mais”, finaliza Tereza.