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Iniciativa no DF usa a fotografia como objeto de transformação social 

Aulas começam em 7 de julho e são voltadas para jovens e adultos de 18 a 40 anos

Redação Jornal de Brasília

01/07/2025 16h32

side view woman with photo camera

Foto: Freepik

Larissa Barros 
redacao@grupojbr.com

Com início em 7 de julho, o projeto “Explorando Identidade e Autoestima por Meio da Arte Fotográfica” vai percorrer as regiões do Paranoá, Itapoã, Varjão e Sobradinho. A iniciativa oferece oficinas gratuitas voltadas para jovens e adultos de 18 a 40 anos, em situação de vulnerabilidade social. As inscrições podem ser feitas até o dia 6 de julho. O curso é realizado com incentivo do Ministério da Cultura, como parte de uma proposta que une arte, inclusão e transformação social.

Com foco na inclusão, fortalecimento de identidades e promoção da autoestima, o curso oferece uma formação técnica e prática em fotografia, abordando desde os conceitos básicos até técnicas avançadas. As aulas acontecem presencialmente na Asa Norte, em turmas de até dez alunos, com transmissão online ao vivo para pessoas com mobilidade reduzida. Ao todo, 50% das vagas são reservadas para pessoas com deficiência, garantindo acessibilidade desde o processo de formação.

Segundo o professor e fotojornalista responsável pelo curso, Walter de Carvalho, a proposta vai além do aprendizado técnico. “O curso tem como principal objetivo promover autoestima e empoderamento. A fotografia, para mim, é uma forma silenciosa de gritar. É a ferramenta que encontrei para fazer com que as pessoas falem sem precisar pedir a palavra. A imagem tem um poder transformador, quando alguém se vê de verdade numa fotografia que ela mesma produziu, algo muda por dentro”, afirma.

A escolha das regiões atendidas também foi pensada com cuidado. Walter explica que Paranoá, Itapoã, Varjão e Sobradinho carregam uma enorme potência cultural. “São cheios de juventude criativa, cultura pulsante e histórias que muitas vezes não ganham espaço. Eu quis estar onde a arte já existe, mas às vezes falta estrutura e reconhecimento. Trabalhar com esses territórios é uma forma de devolver visibilidade para quem sempre teve muito a dizer, mas pouco microfone”, completa.

A proposta de inclusão se reflete também na equipe técnica, composta por pessoas com deficiência que contribuem com talento, visão e vivência. Para Walter, a acessibilidade não é um diferencial, mas parte da essência do projeto. “Todo mundo tem o direito de participar, de aprender e de ser visto, e também de estar do outro lado da câmera, construindo o projeto junto”.

Ao longo do curso, os participantes aprendem desde os fundamentos da fotografia, como composição, controle de luz, operação de câmeras e uso de flash, até técnicas mais avançadas, como a fotografia em preto e branco. Além do domínio técnico, os alunos são incentivados a desenvolver um olhar sensível e crítico sobre identidade, diversidade e representatividade.

Essas práticas vêm acompanhadas de reflexões sobre temas como igualdade racial, diversidade de gênero, valorização das comunidades indígenas e LGBTQIA+. A proposta é que a fotografia sirva como meio de expressão pessoal e ferramenta de transformação social.

O encerramento do curso será marcado por uma exposição coletiva aberta ao público, onde os alunos vão apresentar seus portfólios e projetos desenvolvidos ao longo da formação. “A exposição final é onde tudo se encontra, a técnica, a emoção e a coragem de se mostrar. Cada imagem ali tem uma história por trás, e nenhuma delas é pequena. É o momento em que os participantes dizem, em alto e bom som: ‘eu existo, e minha história importa’”, destaca Walter.

Com planos de expansão para outras regiões, Walter vê o projeto como uma semente que pode florescer em diferentes territórios. “A cultura é feita de continuidade, não pode ser um evento isolado. Onde houver alguém com uma história que ainda não foi contada por ela mesma, lá também cabe um curso, uma câmera e um novo retrato de transformação”, finaliza.

Serviço – Oficina de Fotografia “Explorando Identidade e Autoestima”

Início das aulas: 7 de julho
Inscrições gratuitas: até o dia 6 de julho
Formulário de inscrição: https://forms.gle/bSjPpKszEzgkzfdS7

Público-alvo:
Jovens e adultos de 18 a 40 anos, residentes no Paranoá, Itapoã, Varjão ou Sobradinho, em situação de vulnerabilidade social
Pré-requisito: Ensino médio completo ou em andamento

Local: Asa Norte (com opção online ao vivo para pessoas com mobilidade reduzida)
Turmas com até 10 alunos
50% das vagas são reservadas para pessoas com deficiência

Aulas duas vezes por semana – segunda e quarta-feira:
Manhã – 10h às 12h
Tarde – 14h às 16h
Noite – 19h às 21h
Certificação: Participação mínima de 70% das aulas

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