Os advogados do cineasta Roman Polanski solicitaram hoje a libertação de seu cliente em um tribunal da cidade americana de Los Angeles após a apresentação de novos indícios de erros de procedimento no caso aberto contra ele em 1977 por abuso sexual de uma menor.
A defesa do diretor, vencedor do Oscar por O Pianista (2002), apresentou uma petição na qual citam comportamentos pouco profissionais do juiz encarregado do processo aberto contra Polanski, Laurence J. Rittenband, há mais de 30 anos.
O documento descreveu conversas entre o magistrado e dois representantes da promotoria na época, Michael Montagna e Stephen Trott, e como o processo para tirar Rittenband do caso foi bloqueado, apesar de indícios de que tinha atuado de forma imprópria.
Aparentemente, Montagna e Trott impediram que um pedido do ajudante do promotor Roger Gunson para separar o juiz do processo fosse processado, apesar de ele “ter admitido suas condutas incorretas”, segundo o relatório dos advogados.
Polanski, de 76 anos, foi denunciado pela violação de uma menina de 13 anos após uma sessão fotográfica em Los Angeles. Ele fugiu para a França em 1978, de onde não podia ser extraditado, para evitar um julgamento nos Estados Unidos.
Em setembro do ano passado, a Polícia suíça deteve o cineasta, cumprindo uma ordem de busca e captura emitida pelos EUA contra Polanski, e desde então ele está em prisão domiciliar no país europeu, à espera de sua extradição para ser julgado em Los Angeles.
O pedido apresentado hoje pela defesa é o último capítulo de uma longa luta legal por conseguir que acusações sejam desconsideradas, ou, pelo menos, conseguir que a sentença seja ditada sem que o cineasta esteja presente.