Camila Maxi
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Jorge Mautner, o senhor da MPB e dono de mil facetas, retorna a Brasília para mais uma apresentação, amanhã, às 21h. O músico fará show com uma seleta compilação, que inclui diversas canções da carreira do artista, como as emblemáticas Maracatu Atômico, Lágrimas Negras, Herói das Estrelas, entre outras. Em entrevista ao Jornal de Brasília, ele afirma que “algumas surpresas foram reservadas para o espetáculo”.
Jorge conheceu Brasília em 1959, um ano antes de sua inauguração. E o apreço que o artista possui pela cidade é imenso. Em 1963, ele publicou o livro Kaos, com mais de 500 páginas em exaltação à capital. “A cidade possui a história do Brasil em sua plenitude, representada pelas obras de Oscar Niemeyer. E abriga brasileiros de todos os estados com sua forte vida artística”, conta Mautner.
Atualmente
O músico afirma estar feliz atualmente, apesar da morte do parceiro Nelson Jacobina, ocorrida em maio do ano passado, vítima de um câncer disseminado: “Foi um choque. Tínhamos um pacto, que se um de nós morresse o outro continuaria cantando. O tempo todo ele é lembrado pelas músicas e pelo que ele significou”.
A boa novidade para os fãs é que, até o fim do mês, será lançado o portal interativo Panfletos da Nova Era, que reúne escritos, vídeos, dezenas entrevistas e textos compostos por Mautner, como uma celebração a toda sua obra. Famoso por diversas citações de livros e estudos, no site haverá uma sessão reservada com menções que Jorge fez a escritos durante entrevistas e palestras.
Documentário do artista
No decorrer de cinco anos, o apresentador Pedro Bial e o produtor artístico Heitor D’Alincourt mergulharam em um rigoroso regime de pesquisa sobre a vida do músico e estudioso Jorge Mautner. O resultado é o documentário O Filho do Holocausto.
São 93 minutos em que as mais diversas faces do artista são apresentadas, por meio de depoimentos, canções e leituras do próprio Jorge. “Ele é par e ímpar ao mesmo tempo. Foi um desafio sintetizá-lo em apenas um filme. A proposta é colocar Mautner fora da casa, apresentá-lo para quem não conhece”, conta D’Alincourt.
Heitor conta que Jorge emplacou seu último disco em 2007, Revirão, e que o lançamento da trilha sonora do longa repercutiu. “A música é fundamental para o filme, cada faixa pontua o que está acontecendo. Mas também funciona fora do contexto, apenas como o CD”, diz o cineasta.
Já exibido nos cinemas, o filme será lançado em DVD no início de abril.