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A música que circula

Arquivo Geral

17/05/2009 0h00

Vinte artistas locais e de outras regiões do país se apresentam no Festival Parque Sucupira de Música Popular Brasileira, cialis 40mg que acontece neste sábado e domingo, a partir das 19h, no Estacionamento da UnB- Planaltina. Na fase semi-final do festival que tem caráter competitivo, um deles é o grupo local Mestre Zé do Pife e as Juvelinas, que se apresentam neste domingo com a música “Homenagem ao mestre”, composta pelo grupo em tributo ao seu fundador Francisco Gonçalo, 55 anos, mais conhecido como Seu Zé do Pife.


O assunto da música-tributo é a história de Seu Zé e sua maneira de levar a vida. Segundo as integrantes do grupo, o pernambucano de São José do Egito, tocador e fabricante de pife há 50 anos é o responsável por ensiná-las a tocar tudo, incluindo o forró. “E hoje somos tocadoras de forró”, brinca com um sorriso no rosto a responsável pelo triângulo Luciana Bergamachi.


Seu Zé do Pifo recebeu a homenagem como “uma maravilha”. “Eu fico admirado com elas e com a inteligência que elas têm. Estou muito feliz. As meninas me procuraram e hoje estou trabalhando com elas porque tenho muito prazer”, diz satisfeito. Segundo o “pifeiro”, as jovens meninas não lhe deram trabalho para aprender nenhuma das músicas que ensinou. As Juvelinas aprenderam inclusive uma canção que o mestre trouxe da banda de pife que tem em Pernambuco com o irmão Zeca.


Figura conhecida nas ruas da cidade, Seu Zé sempre perambulou por Brasília para vender seus pifes. Em todas as vezes que vende um, ele acaba por ensinar as pessoas a tocaram algumas músicas. “Dou explicações com muito gosto e não cobro de ninguém. Ensino o modo de assoprar, bater com os dedos nos furos e vedar para não vazar o ar”, explica. O “Hino do Brasil” e “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga, estão no repertório dado aos iniciantes.


Quando chegou à capital federal no início da década de 1990, Francisco Gonçalo trabalhava na parte elétrica de uma firma de engenharia. Mais velho, após sair do emprego, começou a construir pifes com bambu e saiu, pela primeira vez, para a região central da cidade. “Perguntavam para mim na rua se eu conhecia a Escola de Música ou a Universidade de Brasília e eu dizia que não. Me passaram o endereço e eu fui”, conta. Chegou, por exemplo, a ministrar uma oficina de flauta na UnB, oferecida pela Diretoria de Esporte, Arte e Cultura, em 2007 – uma das ocasiões em que conheceu algumas das futuras Jovelinas.


Atualmente Seu Zé ministra oficina na escola pública Escola Classe do Setor P Norte, em Ceilândia, onde mora, e vai começar a oferecer, a partir do dia 19 de maio, uma oficina no Departamento de Música da UnB.


Parceria feminina


Algumas das meninas conheceram Seu Zé na Escola de Música e outras o conheceram na UnB. À medida que elas se agrupavam em torno de Seu Zé, a banda ia se formando aos poucos. “Assim a gente foi conhecendo ele, cada uma à sua maneira. Uma amiga que conhecia chamava outra para conhecer e essa já começava a acompanhar”, conta a zabumbeira Isa Flor.


O mestre acabou adotando as meninas como aprendizes e tocadoras da banda puxada por seu pífano principal. As atuais integrantes Kika Brandão, Naira Larrea e Valéria Lehman (pífano), Andressa Ferreira (caixa), Julia Sion (pratos), Isa Flor (zabumba) e Luciana Bergamachi (triângulo) acompanham o mestre em shows, oficinas e apresentações pela cidade. No sábado que vem, eles também se apresentam no Balaio Café (201 Norte). “O legal da banda é fazer esse resgate das bandas de pífano e solidificar essa tradição. Mas também trazer essa vivência como moradoras de Brasília e como vivenciantes dessa cultura mista, que é a cultura do planalto central”, comenta Isa.
Seu Zé do Pife sublinha que, ao tocar com suas meninas, às vezes chega até a chorar. Para o “pifeiro”, é como se estivesse tocando junto do irmão Zeca. “Elas fazem direitinho, assim como eu tocava com meu irmão”, comenta o mestre que nunca estudou e não teve explicações nem com os “pifeiros” de sua terra. Aprendeu o ofício sozinho, ao começar a observar, junto do irmão, outros tocadores quando tinha cerca de oito anos de idade.


“Dedo-duro”: Na edição de domingo do Jornal de Brasília, a matéria “Itinerância musical” traz exemplos de grupos locais, como Mestre Zé do Pife e as Juvelinas, que se utilizam de bares, ruas e outros lugares da cidade como palco para apresentações relâmpago


Serviço:


Festival Parque Sucupira de Música Popular Brasileira – Hoje, a partir das 19h, no Estacionamento da UnB-Planaltina. Informações e programação completa pelo site http://festivalparquesucupira.blogspot.com. Classificação livre.


Leia mais na edição impressa deste domingo do Jornal de Brasília

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