É uma independência que vem do meu próprio trabalho”. Assim Thiago Pethit descreve sua carreira de músico, que começou oficialmente em 2010 com o lançamento do CD Berlim, Texas. Usando seus próprios recursos para financiar a produção e liberação de seus álbuns, o artista paulistano voltou ao circuito no ano passado com Estrela Decadente, um trabalho “muito mais agressivo”, segundo o próprio Thiago.
E chegou a vez de Brasília receber o show intimista do músico. Ele se apresenta hoje no Bar do Calaf e promete levantar o astral do lugar. “Esse disco tem uma pegada um pouco mais para se divertir, pegar uma cerveja e dançar”, atesta.
Carreira
Um dos projetos que deram visibilidade a Thiago no começo de sua carreira foi o Novos Paulistas, grupo de cantores iniciantes que chegou a se apresentar em festivais como Planeta Terra, em São Paulo. Ao lado de nomes famosos da música nacional na atualidade, como Tiê e Tulipa Ruiz, ele percorreu regiões do Brasil divulgando parte de seu trabalho. E parece ter dado certo. A demanda por apresentações cresceu e ele se tornou figurinha carimbada em listas de artistas revelação.
A expectativa é justificada. Sem amarras, Thiago experimenta diferentes maneiras de se expressar por meio de seus CDs. Em Berlim, ele se aproxima bastante do folk e se descreve como o melancólico ‘nightwalker’ (andarilho noturno, em tradução literal do inglês).
Com pegada de blues e rock’n’roll
Em Estrela, o rock’n’roll e blues estão bem mais presentes. Pethit abraça a união com o produtor Kassin – que já trabalhou com Arnaldo Antunes – para fazer um Pas de Deux (movimento de dança do balé). Mallu Magalhães e Cida Moreira ainda ajudam a compor o segundo álbum de estúdio do músico, mostrando que sua proposta chamou a atenção das pessoas certas até o momento.
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Quem espera “brasilidade” no repertório de Pethit pode ter certa decepção, pois ele bebe bastante do estilo indie norte-americano, bem lisérgico, e se apoia bem menos na MPB e no rock nacional do que seus colegas de geração.
Thiago Pethit, em entrevista exclusiva ao JBr, ainda revelou que possui certa fobia social e prefere não ir, como fã, a shows de grande público, como o festival Lollapalooza. Mas garante que não teria problema nenhum em se apresentar nesse tipo de evento. Ele tem preferência quanto ao formato de seus números. “Prefiro show em lugares que as pessoas possam dançar e se divertir”, diz.
Três perguntas para Thiago Pethit
Como surgiu Estrela Decadente?
Esse disco surgiu de um período que eu estava bastante em crise até por essa coisa de trabalho independente. Me senti muito frágil em relação ao mercado. O CD foi uma resposta estética a tudo isso.
Alguma ideia para voltar com os Novos Paulistas?
Por enquanto nenhuma. Hoje em dia a gente (Tatá Aeroplano, Dudu Tsuda, Tiê, Tulipa Ruiz e o próprio Thiago) se encontra muito pouco. Em 2010 a gente estava começando a construir os primeiros trabalhos e, hoje em dia, está todo mundo com o trabalho mais ou menos consolidado. Temos nos visto cada vez mais apenas em situação de trabalho.
E qual foi o último show que você foi como espectador?
Assisti à Feist em São Paulo, no ano passado. Acho que esse foi o último mesmo.
Serviço
Turnê Estrela Decadente, de Thiago Pethit – Hoje, às 23h, no Bar do Calaf (Setor Bancário Sul). Couvert artístico: R$ 20. Informações: 8111-4627 ou 8250-4999. Não recomendado para menores de 18 anos.