Raquel Martins
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Carnaval de rua é uma tradição em várias cidades do País e em Brasília não poderia ser diferente. Milhares de foliões prometem ganhar as ruas atrás dos mais tradicionais blocos de carnaval do Distrito Federal. Assim, a temporada de festas pré-carnavalescas está aberta. Amanhã, por exemplo, a partir das 14h, o bloco Galo Cego irá aquecer os tambores no Setor Bancário Sul, em frente ao Bar Calaf.
Influenciado por seu pai, de quem herdou o gosto pela boa música e pelos instrumentos de percussão, Bruno Dourado juntou-se aos amigos Luis Maurício, baixista do Natiruts e vocalista do Galo Cego; André Carneiro, cavaquinho e bandolim; e, Fábio Aires, surdo, para formar o que hoje se conhece como Sambão do Galo Cego. Com o tempo a batucada ganhou mais parceiros e, hoje, conta com o total de 25 ritmistas. “O bloco é a típica reunião que muitas famílias fazem, é onde tudo acaba em samba”, conta Bruno em entrevista ao Jornal de Brasília.
Há três anos tocando no bar Na Venda (411 Sul), o estímulo para criar de vez o movimento do Galo Cego ocorreu durante uma das apresentações, que contou com mais de 800 pessoas. Empolgados, os músicos invadiram as ruas da quadra comercial. Até que no Carnaval do ano passado o bloco saiu arrastando mais de três mil pessoas, a partir da concentração do Bar Calaf.
E, para este ano, além de esperar uma quantidade bem maior de pessoas, os sambistas também convidam os foliões a irem fantasiados para a bagunça. “A ideia é estimular as pessoas a incorporar as fantasias e curtir com alegria o som do samba”, garante Bruno Dourado.
Samba para todos
O artista credita a adesão popular às festas de rua ao caráter democrático dos blocos carnavalescos, onde os foliões só precisam ter disposição para participar. E nada mais. “O Carnaval de rua aqui em Brasília tem crescido a cada dia e ganhado a dimensão que já tem no restante do País”, acredita. Ele pretende consolidar de vez a batucada do Galo Cego na programação cultural da cidade. “O Galinho da Madrugada já é uma tradição. Pretendemos seguir o mesmo caminho.”
No repertório, grandes clássicos do samba como Vou Festejar (Beth Carvalho), O Amanhã (Simone) e Trem das Onze (Adoniran Barbosa), além de faixas épicas de Chico Buarque como O Bêbado e o Equilibrista, A Rita e Feijoada Completa.
O swing de Jorge Benjor, e alguns sambas-enredo das escolas do Rio de Janeiro também farão parte do set list do grupo. “A nossa única preocupação é tocar músicas agradáveis, músicas que todos cantem juntos”, garante o percussionista.
O bloco Galo Cego, no entanto, não comandará sozinho a folia na rua. Ele será acompanhado por 15 instrumentistas da Batucada Nota Show, para, assim, formar uma bateria de 40 músicos, que, com a ajuda de um caminhão de som, promete arrastar os carnavalescos até às sete da noite. Após esse horário, a festa continuará sem hora para acabar dentro do Bar Calaf. Nos intervalos, os DJs Mafra e Nego Moita comandam a pista com discotecagem de músicas brasileiras.
Bloco Galo Cego – Domingo, das 14h às 19h. Concentração em frente ao Bar Calaf (Setor Bancário Sul). Acesso livre. Classificação livre. Após às 19h, a festa continua dentro do Bar Calaf, com o ingresso ao preço de R$ 20 (feminino) e R$ 30 (masculino). Mais informações pelo telefone 9970-7432. Não recomendado para menores de 18 anos.