Rosane Amaral
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Um ritmo revolucionário e de personalidade. Para muitos, essa é a melhor forma de descrever o rock’n’roll, estilo que surgiu nos Estados Unidos misturando música negra do Sul dos EUA com country. Desde 1985, 13 de julho é considerado o dia mundial do ritmo, em virtude do Live Aid – evento com shows simultâneos que aconteceram com o objetivo de combater a fome na Etiópia.
O primeiro grupo a mostrar o gênero ao mundo foi Bill Haley & His Comets que, em 1951, emplacou nas rádios o hit Shake, Rattle and Roll. Seis anos depois surgia o rei, Elvis Presley, que se tornou um fenômeno com a música Heartbreaker Hotel e fez dele um dos maiores ícone da história da música.
Ao contrário do que muitos poderiam pensar, o rock não se tratava de uma moda passageira. Na década seguinte o sucesso continuou e, em 1969, aconteceu o emblemático festival Woodstock, que reuniu The Mamas & The Papas, Animals, The Who, Jefferson Airplane, Pink Floyd, The Beatles, Rolling Stones e The Doors, artistas preocupados com questões políticas e em pregar a paz.
Os novos ídolos foram surgindo, e na década de 70, foi a vez de Zeppelin, Black Sabbath e David Bowie ganharem o mundo. Entre os shows grandiosos, quem se destacava era o The Queen, liderado por Freddie Mercury, morto em 1991, vitima de Aids. Mas o legado continua vivo e os saudosos vão poder vivenciar um pouco dessa época amanhã, na Orla (Setor de Clubes Sul), com show da God Save the Queen, a mais importante banda cover dos britânicos.
Os argentinos Pablo Padin (Mercury), Francisco Calgaro (Brian May), Ezeguiel Tibaldo (John Deacon ) e Matias Albornoz (John Deacon ) fazem um trabalho árduo para conseguir se aproximar da imagem dos ídolos. “Foi muito intenso e difícil. Tive que inserir em meu cotidiano métodos teatrais e muitos ensaios, coreografias. O maior desafio foi cantar como Freddie, vestir e dançar como ele”, conta Pablo, afirmando que ser uma banda cover não torna o trabalho mais fácil.
Tal esforço valeu a pena e eles já arracaram elogios dos integrantes do Deep Purple e até da mãe de Freddie Mercury. Além disso, fizeram uma turnê de sucesso pela Europa. Em Brasília, é a primeira vez que eles se apresentam, mas já tocaram em Porto Alegre e São Paulo. “Os shows no Brasil são sempre ótimos. O público vibra como se estivesse vendo a banda original. Tem muita emoção e as pessoas chegam a chorar”, diz.
A plateia verá uma apresentação bem próxima das que o Queen fazia, com os maiores sucessos da banda, como Love Of My Life, Bohemian Rhapsody, We Are The Champions e I Want To Break Free. “Investimos em cenários, instrumentos, ensaios e performance. Temos que ser, ao máximo, iguais a eles”, afirma Pablo.
Na década de 80, enquanto o mundo ouvia The Smiths e The Clash, o Brasil se rendia aos brasilienses do Legião Urbana, Plebe Rude e Capital Inicial. Esse artistas fizeram o Planalto Central ser conhecido como Capital do Rock e se tornaram fonte de inspirações para centenas de artistas que surgiram depois.
Entre eles, a banda Metrópole Locomotiva, que iniciou a carreira apenas nos anos 2000, mas sob influência das bandas oitentistas. “Elas são muito importantes para nossa identidade. Elas jamais vão ser esquecidas, porque fazem parte da gente que mora em Brasília”, afirma o vocalista Daniel Kirjner.
Ele lamenta, no entanto, que nos últimos anos o interesse pelo rock na capital tenha caído, porém, acredita que é algo reversível e que logo o rock voltará a dominar a capital. Afinal, além de música, é uma forma de expressão. “O rock é uma coisa apaixonante. Em vez de julgar, ele é um desabafo. Mas existe uma coisa de fase. O mundo muda, o mercado muda e a gente tem que se adaptar”, avalia.