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Óperas cômicas agradam público em festival brasiliense

Arquivo Geral

15/07/2010 15h38

O 2º Festival de Montagens Operísticas aproxima-se do seu objetivo. Se era para aproximar a linguagem da ópera para o público jovem, como previa a organizadora Manuela Castelo Branco, o evento pode dizer-se bem-sucedido. Contudo, e apesar da ampla divulgação, o evento não conseguiu lotar os 409 lugares do Teatro da Caixa Cultural em Brasília nestas terça e quarta-feira, quando duas óperas com viés cômico foram apresentadas: O Telefone, de Gian Carlo Menotti, e La Serva Padrona, de Giovanni Battista Pergolesi. Apenas 108 pessoas assistiram ao espetáculo. Mas a plateia vibrou e aplaudiu longamente ambas as peças.

 

Nos cenários simples, devido à falta de patrocinadores, os cantores compensaram a ausência de uma produção mais sofisticada com interpretações de qualidade. O Telefone retrata uma cena corriqueira nos dias atuais. Ben, namorado apaixonado, não consegue pedir sua amada Lucy em casamento porque ela não larga o telefone celular. O texto, apesar traduzido do italiano, não perde em sonoridade. A apresentação é leve e engraçada. A cantora Janette Dornelles, com sua personagem dondoca e fofoqueira, provoca risadas no público e impressiona pela potência dos tons mais agudos.

 

A antiga La Serva Padrona, escrita 1733, foi ambientada em um cenário de época. Nos 40 minutos de apresentação, o público acompanha as artimanhas de Serpina, serva esperta e caprichosa, que faz de tudo para conseguir casar-se com seu patrão, o nobre e manipulável Uberto. A obra, cantada em italiano, é um ponto a mais para a direção, que trabalhou o texto a ponto de os atores conseguirem interpretá-lo com naturalidade. Dois telões ao lado do palco passavam legendas do que era cantado. Se por um lado, esse recurso permitia que o público acompanhasse os detalhes da trama, por outro, fazia a plateia desviar os olhos das interpretações ágeis que se desenrolavam em cena.

 

Criado no ano passado, o festival tem como objetivo popularizar a ópera e aumentar o número de pessoas que aprecia esse gênero artístico em Brasília. A escolha de duas peças curtas e cômicas foi feita na medida para familiarizar a audiência com o gênero. ” Tem um público que não gosta por puro preconceito. Acha que ópera é para velho, é chata”, comenta Manuela Castelo Branco.

 

Para quem perdeu as apresentações e terça e quarta, nesta quinta-feira, o palco da Caixa Cultural receberá Insights, uma reflexão sobre o universo feminino.  A peça contará com interpretações de várias árias famosas, de óperas conhecidas, nas vozes das duas atrizes.

 

2º Festival de Montagens Operísticas – Dia 15 de julho, às 20h, no Teatro da Caixa Cultural Brasília (Setor Bancário Sul, Quadra 4, anexo do edifício-matriz da Caixa Econômica Federal) Ingressos a R$ 20 (inteira).
Não recomendado para menores de 12 anos.

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